VÍDEO: “Guerra é genocida, legalização é vida”, diz o tema da Marcha da Maconha que levou uma multidão às ruas de SP
No último sábado (11), manifestantes participaram da Marcha da Maconha após dois anos fazendo atos remotamente. O grupo se concentrou em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) no período da tarde e estenderam faixas pedindo a legalização das drogas.
A passeata passou pela Rua Consolação e foi até a Praça da República. Policiais militares e a companhia de Engenharia de Trafego ficaram responsáveis por acompanhar o protesto.
Os manifestantes trouxeram como tema “Guerra é genocida, legalização é vida” e pediram aos governantes para dar um ponto final na “guerra às drogas”, explicando que a luta contra os entorpecentes é uma forma de realizar chacinas em diversas partes do país, principalmente nas áreas mais pobres.
Os participantes do ato destacaram que a guerra contra as drogas deve ser uma questão de saúde pública e não de segurança. Não por acaso a organização se solidarizou com familiares dos mais de 20 mortos na operação na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro
“Queremos o fim dessa guerra que mata e prende todos os dias. A luta pela legalização é a luta pelas vidas nas favelas, periferias, ruas e guetos. É a luta pela juventude negra viva e livre! A guerra é genocida, Legalização é vida”, disse um dos manifestantes.
“Todos nós somos vítimas dessa política antidrogas”, disse à Folha de São Paulo o advogado Michael Jamison de Jesus Dantas, 35. “Essa guerra é contra as pessoas”, continou o crimalista, integrante da Rede Reforma, coletivo cujo foco é a defesa de uma política antiproibicionista.
Ações e projetos que pretendem defender a revisão da política de drogas ainda patinam no Brasil. “A lei deixou uma brecha gigante entre usuário e traficante[…] Quem mais sofre com isso é a população preta da periferia”, protesta Dantas.
Na Câmara dos Deputados uma das propostas que trata da cannabis é o PL 399/2015, que propõe regulamentar o cultivo de maconha para fins medicinais e industriais, foi aprovada em junho de 2021 em comissão especial. O projeto deveria seguir diretamente para votação no Senado, mas o bloco contrário apresentou um recurso para que a questão seja debatida em plenário, e a análise está parada há um ano.
As entidades que lutam pelo acesso democrático à maconha medicinal precisam recorrer à Justiça para obter autorização para cultivar, manipular e distribuir extrato de cannabis para seus pacientes.
A bancária Maria Aparecida Felício de Carvalho, 54, é uma das que conseguiu esse direito.
Conhecida como Cidinha, ela é mãe de uma garota, Clarian, que nasceu com síndrome de Dravet, doença sem cura que se manifesta no primeiro ano de vida, com múltiplas convulsões.
Cidinha produz seu óleo de cannabis, cientificamente comprovado como anticonvulsivo e um aliado às dores crônicas.
LEIA MAIS AQUI
legenda: A publicitária Luciana Dutra Mariano, 47 anos, com o filho Aramis,14: ela conseguiu na Justiça o direito de receber o canabidiol do governo estadual Foto: Rubens Cavallariu/Folhapress
Com Informações do Diário do Centro do Mundo e Jornal Folha de São Paulo