Terra arrasada: Weverton usa Fetaema para dar boas-vindas ao agronegócio no Maranhão
A Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Maranhão – Fetaema tem todo o direito de apoiar a candidatura de Weverton, sem que precise dar satisfações. A não ser, talvez, aos trabalhadores rurais, que diz representar.
Agora, quando esse apoio se fundamenta em falsas premissas e serve como uma espécie de ‘atestado de garantia’ às falácias com as quais o candidato defende o avanço do Matopiba, projeto de ocupação dos cerrados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, não se trata mais de uma questão interna da federação.
Considerada a última fronteira agrícola, o processo de ocupação da região do Matopiba é marcado pela degradação do meio-ambiente, assassinatos de lavradores, índios e quilombolas e uso descontrolado de agrotóxicos.
O Maranhão se destaca nesse cenário como o estado com mais assassinatos em conflitos no campo em 2021. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, foram 79 situações de conflitos, abrangendo 165 comunidades em 33 municípios.
Ao permitir – já que até agora não se manifestou em contrário – que Weverton se aproveitasse da audiência de um debate eleitoral (Difusora) e usar o seu o nome para dar boas-vindas ao Matopiba, a Fetaema joga na vala comum os líderes camponeses abatidos na luta por terra e água.
Uma entidade com histórico de luta em defesa dos lavradores e quilombolas, endossar (assista vídeo) a retórica malandra do candidato pedetista, que se mostra no debate estar a serviço dos grãos metálicos da soja, é abrir a porteira para a tranquila expansão do agronegócio no estado.
Presente em 55 municípios, a previsão é o agronegócio completar no menor tempo possível a ocupação das 15 microrregiões e 135 municípios maranhenses reservados no Plano de Desenvolvimento Agropecuário Matopiba/
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Artigos reunidos em Da Fome à Fome, Diálogos com Josué de Castro, livro organizado por Tereza Campelo e Ana Paula Bortoletto, demonstram que os recordes na produção de grãos e o boom das commodities não resultaram em redução da fome.
“Poderíamos, talvez, atualizar o dilema que Josué de Castro apontou nos anos 1940: no lugar de “pão ou aço”,12 hoje questionaríamos “pão ou soja” ou, ainda melhor, “pão ou commodity”. Se, como disse a economista Maria da Conceição Tavares, “o povo não come PIB”, tampouco o brasileiro está comendo suas commodities”, diz trecho do livro.
Pode não estar comendo, mas que enche o bolso e engorda muita gente, isso enche…
É a tensão entre aqueles que não comem e aqueles que não dormem com medo dos que têm fome.
É Fetaema Paz e Amor e boas-vindas Matopiba!!!!
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