O médico  Benedito Sabak
O médico Benedito Sabak

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Venho a público esclarecer o triste episódio que resultou na minha detenção por Policiais Militares deste Estado, pelos quais fui conduzido para o DP do Parque Bom Menino, fato este ocorrido no dia 29/06/16 (quarta-feira). Cumpre esclarecer ao Público em geral que sou médico neurocirurgião há mais de 15 anos, com atuação reconhecida nesta cidade e no interior do Estado. Fato é que no dia 29 Eu estava de PLANTÃO DE SOBREAVISO junto ao Hospital Carlos Macieira e me dirigia à ACADEMIA DE POLICIA CIVIL, para ministrar uma aula no CURSO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS – cujo título seria AS BASES ANATÔMO FISIOLÓGICAS DO TIRO DE DESCONEXÃO.

Pois bem, por volta das 15:00 horas, quando me encontrava na Av: Beira Mar à altura do terminal da Integração, ali se realizava a Procissão de São Pedro. O trânsito travou em todos os sentidos. Então avistei uma viatura da SMTT que estava ao lado meu carro (FIAT UNO). Desci do meu carro e bati no vidro da viatura para chamar a atenção dos guardas, aí me identifiquei como médico e de plantão e estava a caminho para ministrar uma aula, ao passo solicitei deles que criassem uma passagem pela procissão.

O policial retrucou com desdém dizendo “tu não tá vendo que é uma procissão”. Respondi que sim, mas ele poderia criar uma passagem, pois uma cidade de um milhão e duzentos mil habitantes não poderia ficar refém de uma procissão. Foi o suficiente para que o policial de transito retrucasse perguntando “tu estás me desacatando”? Respondi que não, mas que ele deveria fazer seu serviço para o qual ele estava sendo designado no local. Daí, eles desceram do carro e chamaram três policiais militares que estavam próximo.

Os PMs já chegaram me perguntando se eu estava alterado, disse que não. E os policiais de trânsito sequer registraram aos Militares que eu havia me identificado, e estes, sequer me ouviram quanto às razões e os motivos pelos quais eu havia me dirigido a eles. O PM chegou mais próximo de mim e me deu um empurrão, numa ação reflexa eu segurei-o pelo colete e caímos no chão.

Pronto, daí eles me chutaram no chão e a policial que estava junto me pediu que largasse o colete e obedeci. Daí o Policial Mário me algemou, me colocou no camburão, e me conduziram ao DP do Parque Bom Menino. Lá, assim que desci o policial Mário me deu chute e eu cair por cima do ombro.

Diante dessa agressão disse a ele que só ele só fez isso porque estava algemado. Aí ele perguntou: “estás me ameaçando? – respondi que não, mas que ele era um covarde. Pedi que para fazer uma ligação e ele respondeu: só com a chegada do Delegado. Nessa espera fui relatando aos policiais sobre minha profissão, quando disse que era neurocirurgião que já havia salvado a vida de muitos policiais baleados e que estava a caminho da Academia de Policia Civil para dar instrução de sobre tiro, eles saíram da sala e deixaram meu celular em cima da mesa, ai conseguir ligar para o Delegado André Gossain, que já havia me ligado varias vezes – disse a ele que estava algemado na DP do Parque Bom Menino. Esse interregno durou mais de 03 (três) horas algemado esperando o Delegado.

Eles haviam chamado outros policiais para trazerem teste do bafômetro e o Delegado chegou junto com estes. Perguntou-me o Delegado se queria fazer o teste de bafômetro; respondi ao delegado dizendo: Dr. Estou de Plantão, estava indo a Academia de Policia Civil dar aula, estou algemado aqui há mais de três horas, levei dois chutes dos policiais, e portanto, não vou fazer esse teste. Dr. André chegou e, passaram a me tratar muito bem, me deram água, pois estava cansado, e depois de todos os procedimentos me liberaram após fiança. Colocaram no Boletim de Ocorrência que eu estava bêbado e que havia desacatado a autoridade. Para minha surpresa, já em casa, recebi ligações de amigos que viram uma foto minha algemado na delegacia.

Pois bem, essa foto foi tirada por um dos policiais, pois não havia na DP, durante todo o período que estive detido, qualquer repórter. Esse foi o episódio ocorrido comigo. Tenha muito cuidado, alguns policiais, realmente não estão preparados para lidar com o público. Pois, a estes que fui pedi ajuda, não souberam sequer distinguir uma simples situação que exige atenção especial, imagina em situações normais. Em qualquer lugar civilizado e com policiais minimamente preparados, no momento em que me identifiquei como médico eles deveriam pelo menos ouvir sobre a situação em que solicitava ajuda.

BENEDITO SABAK THOMÉ JUNIOR 

Respostas de 5

  1. Só Freud explica, se é assim a atuação da Polícia, uma pessoa sã vai pedir ajuda para um policial e é tratado desta maneira, o mundo está de cabeça para baixo. Numa instituição onde soldado é treinado para ter medo de oficiais, e soldados tratam civil como se fosse marginais, tá tudo errado, para tudo e começa tudo de novo.

  2. O problema é a forma como solicitamos “certos direitos”. A prepotência, é uma desgraça, isso sim!. Doutor, em que mundo você vive? Eu não sei de onde saiu essa ideia, de que iriam criar um caminho pra vc passar. Infelizmente as coisas no Brasil funcionam assim. O fato de vc ser médico, não lhe garante nenhuma vantagem, tu és um cidadão como os demais que estavam aguardando… mas, por ser médico, vc pensou que terias prioridades, isso?
    Acorda, meu amigo! saia desse mundo de ilusões, e seja bem vindo ao Brasil.
    A atitude dos policiais, não foi diferente da do médico, grotesca e totalmente descabida. Espero que esse trágico incidente, seja o suficiente pra mudar a mentalidade de todos “os artistas circenses” que protagonizaram essa palhaçada, pois não há mocinhos nesse desfecho, mas tudo poderia ter sido diferente, se o médico estressadinho soubesse o que é respeito e humildade.

  3. Imagina se esse medico tivesse de salvar uma vida,como o Dr Sabbak ja salvou muitas,agentes da SMTT,despreparados e policiais despreparados pra tratar com pessoas civilizadas,na corporaçao existe gente boa que veste a farda e orgulha a policia,mas essa turma e muito despreparada,bate,mata e depois pergunta quem e…fato lamentavel…incompetentes

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