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  • BOLSONARISMO RAIZ

    Weverton nega histórico de conflitos e diz que espera que assassinatos de Dom e Bruno sirvam de alerta nacional

    Enquanto políticos, Lula, Ciro Gomes, Simone Tabet, Flávio Dino,  repudiaram veementemente e cobraram que os assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira sejam amplamente esclarecidos e não termine impune, o pré-candidato ao governo do Maranhão com apoio da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Maranhão – Fetaema, Weverton Rocha (PDT) disse em suas redes sociais que espera que o crime sirva de alerta nacional,  para “encararmos o problema”.

    Quer dizer, então, que foi preciso dois assassinatos com requintes de crueldade para alertar o senador, quer se diz o autêntico representante da classe trabalhadora?

    Será que o seu bolsonarismo é bem mais profundo do que supõe sua postura eleitoreira abominando a nacionalização da campanha e normalizando a reeleição de Bolsonaro, ao ponto de desconhecer os conflitos de terra que ocorre não só na Amazônia, mas de norte a sul do país?

    E o pior é que o alerta tocou na hora errada. O post de Weverton é do dia 13, quando a boataria dava conta de que haviam encontrado os corpos de Dom e Bruno.

    Os restos mortais do jornalista e do indigenista só foram encontrados na quarta, dia 15, após a prisão dos irmãos Osonbey da Costa e Amarildo dos Santos . Eles mataram, esquartejaram e queimaram Dom e Bruno.

    Além desta, a sua única manifestação sobre o caso foi no dia 7 de junho ao comentar um tuíte de Ciro Gomes sobre a “triste coincidência que, no Dia da Liberdade de Imprensa”, todos estavam preocupados com o paradeiro do jornalista e do indigenista.

    “Qualquer ameaça ao trabalho da imprensa coloca em risco nossa própria democracia. Todos que defendem a liberdade de expressão e o Brasil acompanham o caso com atenção”, escreveu.

    Diante da comoção nacional e internacional provocada pelo desaparecimento e morte dos jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, Weverton nenhuma vez manifestou indignação nas redes sociais e tampouco no Senado, cobrando do governo federal uma solução para o caso.

    A Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Maranhão – Fetaema tem todo o direito de apoiar a candidatura de quem bem entender sem que precise dar satisfações. A não ser, talvez, aos trabalhadores rurais, que diz representar.

    Os números da violência no campo não permitem que a questão agrária seja apenas parte de um discurso eleitoreiro. De 1985 a 2020, 172 pessoas, entre lavradores, quilombolas e índios, foram executadas no Maranhão.

    Segundo levantamento do Centro de Documentação da Comissão Pastoral da Terra (Cedoc-CPT), somente seis casos foram à julgamento. Os dois mandantes que sentaram no banco dos réus foram absolvidos.

    No Brasil foram registrados no mesmo período 1.536 casos, com 2.028 vítimas. Apenas 170 casos foram julgados, nos quais 39 mandantes foram condenados, 34 absolvidos.

    “A CPT afirma que a ferocidade da grilarem e do latifúndio, assim como emparelhamento do Estado pelo setor ruralista são fatores que contribuem para o agravamento do cenário”, diz o jornal Filha de São Paulo.

    Eleito senador em 2018 e com mandato até 2026, Weverton não responsabilizou nenhuma vez o governo Bolsonaro pelo abate corriqueiro dos trabalhadores rurais no estado e no País.

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