Um dia após os resultados das eleições ouvir os nomes de Edinho Lobão, Hildo Rocha, João Marcelo, Edilázio, Adriano Sarney, César Pires e Ricardo Murad, o que se pensava era se tratar de uma lista de futuro secretariado.
Oito anos depois do histórico outubro de 2014, citá-los é listar o espólio de uma oligarquia que dividiu o Maranhão entre uma pequena minoria muito rica e uma grande maioria muito pobre.
O povo cobrou a dívida nas urnas. Todos eles foram fragorosamente derrotados e sem qualquer possibilidade de virada de mesa igual fizeram no golpe judicial de 2009 contra Jackson Lago.
Personagens frutos de uma era, todos eles já vinham dando sinais de decadência e se sustentavam nas aparências e no autoengano de quem se recusa a aceitar a realidade dos fatos. A derrota do que ainda restava de um passado de triste memória, encerra um processo de transformação iniciado com as vitórias de Flávio Dino em 14 e contra Edinho Lobão em 18.
Roseana Sarney, anunciada pelo Clã e por seus admiradores como a “garantida campeã com pelo menos 300 mil votos”, amargou uma eleição sofrida e vexatória para quem já governou o estado por 4 vezes. Não ficou na primeira suplência do MDB por pouco, faltaram cerca de 700 votos para que Hildo Rocha ficasse com a vaga.
A situação mais vergonhosa foi a de Edinho Lobão. Nos salões da oligarquia, o “príncipe” era tido como um campeão de votos. Seus pouco mais de 20 mil votos são a expressão máxima da decadência de uma era.
Os analistas políticos do Sarneysismo cantavam que o partido faria, no mínimo, três cadeiras, mas que poderia fazer quatro. O povo concedeu apenas uma.
Entre os poucos sobreviventes, salvaram-se o deputado estadual Roberto Costa, que ficou em segundo numa chapa que fez apenas dois deputados. Ficou atrás do filho de um prefeito do interior.
Outro sobrevivente foi o deputado estadual Arnaldo Mello, sarneysista de carteirinha que correu para o PP no intuito de se livrar da “inhaca”. Trocar de partido pode fornecer algum oxigênio, mas não apaga o vínculo oligárquico.
Foi um recado duríssimo.
O povo deixou claro que não aceita a volta ao passado, o retorno de práticas oligárquicas e a volta da família Sarney ao poder., seja de que galho genealógico for.
É como diz o ditado popular: aqui se faz, aqui se paga.