O oligarca José Sarney, até então lembrado como um político “invencível”, vem progressivamente perdendo forças no Maranhão. O velho Sarney sofreu mais uma baixa nesta quarta-feira (4) com a derrota da desembargadora Nelma Sarney na disputa pela presidência do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) para o biênio 2018/2019. Nelma, que é cunhada de Sarney e tia da ex-governadora Roseana (PMDB), perdeu o cargo para o desembargador Joaquim Figueiredo dos Anjos, que obteve o maior número de votos.

A derrota de Nelma foi mais um duro golpe contra o grupo Sarney após uma sequência de fracassos em 2017. Em abril, o clã perdeu a coordenação da bancada maranhense na Câmara com a vitória do deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB) sob o deputado sarneysista João Marcelo (PMDB). Antes disso, em janeiro, Sarney viu o prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB), de oposição a oligarquia, ser eleito o novo presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem).

Mas os fiasco não param aí. Outras derrotas do grupo Sarney remontam ainda a 2016. No dia 30 de maio do ano passado o promotor Luiz Gonzaga foi nomeado como novo procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Maranhão, desbancando o promotor José Augusto Cutrim Gomes, nome mais próximo a Sarney.

Foi também no ano passado que a oligarquia sofreu uma das suas maiores derrotas após a vitória de Flávio Dino (PCdoB) em 2014. Aliados do clã perderam a disputa pela Prefeitura de São Luís para o prefeito reeleito Edivaldo Holanda Júnior (PDT).

A série de reveses sofridos pelo grupo Sarney comprometem ainda mais a principal pretensão da família para 2018: retomar a todo custo o poder no Maranhão.