A instauração de inquérito policial requisitado pelo Ministério Público Federal para investigar Roberto Rodrigues Lima pode ser o elo que faltava para comprometer o senador Weverton Rocha (PDT) no escândalo do uso do orçamento secreto para desviar recursos públicos da saúde no Maranhão.

O MPF apura denúncia veiculada pela Revista Piauí sobre prática corrente entre alguns municípios maranhenses de registrar consultas e exames falsos no sistema informatizado do SUS, com o objetivo de aumentar os valores das emendas parlamentares, especialmente as do orçamento secreto.

 Entre 2018 e 2022, várias prefeituras maranhenses no mínimo dobraram a produtividade. O teto das indicações tem como base o gasto com Saúde realizado por cada município no ano anterior.  

Rodrigues Lima não é apenas um técnico que inseriu informações enganosas no sistema, tampouco o beneficiário direto do embuste.

Lima é o especialista.

Ele é o “usuário externo” que aparece na Lista de Indicações para execução Orçamentária em RP9 – LOA 2022, como autor de 14 emendas no orçamento secreto, que distribuiu R$ 36 milhões entre os municípios de Igarapé Grande, Lago da Pedra, Pinheiro, Lagoa Grande, Bernardo do Mearim, Itaipava do Grajaú, Palmerandia e Duque Bacelar.

Ex-secretário adjunto de saúde do município de Igarapé Grande e prestador de serviços de contabilidade e consultoria em saúde para vários municípios, Lima sabe de coisas.

LEIA MAIS

Igarapé Grande: CGU abre caixa-preta e descobre milhares de consultas e exames fantasmas bancados por orçamento secreto

Ex-adjunto de saúde de Igarapé Grande destina R$ 36 milhões do orçamento secreto a prefeitos que apoiam Weverton

Na Ação Civil Pública que conseguiu na Justiça o bloqueio imediato de R$ 2 milhões do Fundo Municipal de Saúde e a proibição do governo Bolsonaro realizar novos repasses via Incremento Temporário MAC ao município de Igarapé Grande, o procurador da república Diego Messala Pinheiro da Silva ressalta que o sucesso da empreitada fraudulenta contra o Sistema Único de Saúde só foi possível com a conivência do governo federal.   

“Se de um lado está clara a ação fraudulenta do município de Igarapé Grande em agir de forma intencional a manter artificialmente elevada a taxa de produção da MAC, inserindo dados falsos no SIA, de outro a omissão da União tem possibilitado e até estimulado essa prática, tanto que diversos municípios do Estado do Maranhão têm lançado mão do mesmo artifício”.

Em janeiro deste ano o senador Weverton Rocha esteve com o ministro da saúde Marcelo Queiroga , com direito à foto e pano de fundo com retrato oficial de Bolsonaro.

Em abril retira assinatura da CPI do MEC e enterra de vez tentativa do Senado investigar o gabinete paralelo operado por pastores no MEC.

No final de julho, ele oficializa em convenção a aliança com o PL, o partido de Bolsonaro, para disputar o governo do Maranhão.

A omissão tem seu preço…

Weverton e o ministro da saúde

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *