Justiça do RJ impõe censura e obriga GGN a retirar do ar matérias referentes à atuação de desembargador
Segundo nota assinada pelo jornalista Luis Nassif não houve intimação e o julgamento do magistrado Paulo Roberto Sampaio Jangutta da 41ª Vara Criminal do Rio de Janeiro foi à revelia

Por Marcelo Hailer (Revista Fórum)
O juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta, da 41ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, ordenou que o site GGN retirar do ar três matérias referentes à atuação do desembargador Luiz Zveitter, considerado o magistrado mais influente na justiça do estado.
De acordo com nota emitida pelo site GGN e assinada por Luis Nassif, o diretor executivo do portal, não houve intimação e “o julgamento foi à revelia”.

Os artigos censurados são: “Xadrez das organizações que dominam o Rio de Janeiro”, “Xadrez das organizações que dominam o Rio de Janeiro – 2” e “O poder de Luiz Zveiter e as ações que me movem”.
De acordo com Luis Nassif “os artigos se basearam em algumas acusações do ex-governador Garotinho contra Zveiter. Em novembro de 2018, o mesmo juiz Jangutta cometeu o absurdo de condenar Rosinha Garotinho a dois meses de prisão, por injúria contra Zveiter”.
“A enorme influência de Zveiter no TJRJ se manifestou também através do desembargador Cleber Ghelfenstein. Em 2007, o juiz João Batista Damasceno denunciou esquemas no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro – cujo corregedor era Luiz Zveiter – que permitiu a indicação de Ghelfenstein”, explica Nassif no texto.
Para o jornalista Luis Nassif, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não podem fechar os olhos para o que se passa no RJ.
“Desde 2007, o juiz Damasceno registra antecipadamente as listas dos desembargadores a serem indicados para o TJRJ. Trata-se de um retorno à República Velha. Se se pretende, de fato, a modernização institucional do país, se Supremo Tribunal Federal e Conselho Nacional de Justiça pretendem transformar o Judiciário em âncora de defesa das instituições, não poderão fechar os olhos para o que acontece no Rio de Janeiro”, critica Nassif.
Com informações da Revista Fórum