Isto É: Sarney tenta salvar o clã sacrificando o neto Adriano com candidatura ao Senado em 22
O jornalista Leandro Manzzini publicou na sexta-feira em sua coluna na Revista Isto É, que o ex-presidente Sarney estar há dois meses em São Luís “cuidando do futuro do clã”.
Segundo Mazzini, depois de num ano recluso em casa em Brasília, precavendo-se contra a Covid-19, “o cacique articula para realocar Roseana Sarney no Congresso. Ela quer se candidatar a deputada federal, e o neto Adriano (filho do aposentado Zequinha) ao Senado”.
Pera aí. Quer dizer que os planos do velho morubixaba de guerra é sacrificar o deputado estadual Adriano Sarney em 22?
Não deixaram disputar a prefeitura em 2020 e agora querem que ele cumpra uma missão suicida?
Sem qualquer possibilidade visível de vitória em uma disputa majoritária contra o governador Flávio Dino, a candidatura ao Senado é uma imolação forçada pelas circunstâncias ou forma de aproveitar a oportunidade para forjar a liderança futura de Adriano, hoje com 41 anos, em todo o estado?
Reeleito deputado estadual e único sobrenome da família que sobreviveu ao terremoto comunista em 2018, esta será a primeira eleição que ele disputa sem estar agarrado às barbas do pai Zequinha, oito vezes deputado federal e duas ministro do meio ambiente.
Além dos riscos de disputar uma eleição sem o suporte dos cargos públicos de poder; um terceiro mandato na Assembleia Legislativa do Maranhão vai definitivamente moldá-lo aos limites da própria aldeia.
Ao abrir mão de chance real de renovar seu mandato, Adriano, é bem verdade, reunificaria os agregados da família, distendendo a pressão que afasta o braço político da desembargadora Nelma Sarney e seu deputado-genro, Edilázio Júnior.
Com as bênçãos da deusa Thêmis, Júnior tem carreira solo. Mas enfrenta sempre obstáculos na feitura de suas dobradinhas com candidatos a estadual, quando estes competem com Adriano o eleitor do mesmo terreno. Temem que apoiar o genro da desembargadora cunhada de Sarney, seria o mesmo que alimentar o próprio inimigo.
Por esse viés, o sacrifício do neto Adriano dar asas ao sonho da tia Roseana. Como uma fênix ressurgiria das cinzas pra graça e glória de toda família desolada.
O difícil é Adriano está convencido de tudo isso. Ainda mais em se tratando de uma pessoa que não compartilha, faz favor.
No entanto, mesmo que o seu sacrifício seja apenas um simulacro para favorecer alianças eleitoreiras, é inegável que qualquer projeto de reerguer politicamente o nome da família, passa por uma eleição excepcional de Roseana em 22.
O risco é Adriano colocar a corda no pescoço e Roseana espocar urna!
O que para uns pode parecer sacrifício, agora, na visão delongo prazo, de Sarney, pode não ser.
A exposição do ‘menino’ na campanha poderá cacifá-lo para a prefeitura de Paço do Lumiar, ou mesmo nas próximas eleições para o Senado quando houver duas vagas.