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    I.A. ganha o poder da palavra e produz fake acusando deputado de bancar orgia com dinheiro público

    Sem qualquer filtro, plataforma de inteligência artificial voltada para o marketing digital permite produção de fake news de uma imoralidade sem tamanho

    O Brasil já possui uma empresa especialista em inteligência Artificial com capacidade de escrever textos. Ainda em 2020, pesquisas patrocinadas por Elon Musk, o amigo de Donald Trump e mega-adorador das fake news, davam os primeiros passos nesse sentido.

    A Infinitycoopy, empresa sediada em Florianópolis, se apresenta como uma plataforma 100% brasileira capaz de “elaborar textos com objetivos de venda, engajamento e até mesmo como foco institucional”.

    No entanto, teste realizado pelo blog revela que a engenhoca também pode ser utilizada para produção em alta escala de fake News. Muito bem disfarçadas de ‘matérias jornalísticas’, por sinal.

    Apresentada como uma das grandes novidades nesses tutoriais de marketing que pululam no youtube, a Infinitycoopy é uma plataforma bem estruturada e com capacidade de desenvolver diferentes tipos de conteúdos para redes sociais, anúncios, blogs, etc.

    Na verdade, ela escreve sobre qualquer assunto, de acordo com os interesses de quem paga o pacote básico de R$ 79,00, com direito a 10 mil palavras mensais.

    Uma “matéria” de internet tem em média 400 palavras

    Basta digitar qual o assunto e o que pretende alcançar o locatário da plataforma.

    Um, dois minutos depois, o material tá pronto.

    Foram realizados vários testes, abordando assuntos indigestos ao mercado, inclusive o uso político da ferramenta. Se havia, por exemplo, algum tipo de filtro que pudesse impedir as fakes mais absurdas, pelo menos.

    Nesse sentido, foi solicitado um texto para redes sociais sobre “Mulheres usadas como escravas sexuais em orgia bancada com dinheiro público pelo deputado Zezinho do Picolé”.

    O Zezinho do Picolé foi um nome fictício criado com objetivo de chamar a atenção para a possibilidade de ser um nome inventado.

    O resultado foi uma “matéria” indignada, mas sem agressões pessoais a personagem criada pelo blog.

    “Deputado Zezinho do Picolé é acusado de usar mulheres como escravas sexuais em orgias bancadas com dinheiro público. O que isso significa para a democracia brasileira?

    Zezinho do Picolé é um deputado que se elegeu pelo Maranhão com mais de 107 mil votos. Em outubro, milhares de maranhenses votaram nele, confiando que ele representasse seus interesses na Assembleia Legislativa do estado.”, diz os dois primeiros parágrafos.

    O resultado é surpreendente e perigoso.

    R$ 79,00 faz de um blogueiro analfabeto, um jornalista chantageador; de um ladrão de galinha, porqueiro criador de fake-news

    São 10 mil palavras à disposição de tudo o que faz uso da escrita para expressar o pensamento humano.

    O verbo, elegante e fatal.

    Leia as informações fornecidas pelo blog e a “matéria” produzida.

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