Capelanias levam conforto e apoio a policiais, bombeiros e familiares em momentos de dificuldade
As jornadas noturnas, o perigo constante e as situações estressantes inerentes às profissões de bombeiros e policiais militares são há dez anos acompanhadas de perto pelo Padre Raimundo Meirelles. Atualmente, chefe da Capelania do Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMMA) e chanceler da Arquidiocese de São Luís, o sacerdote já perdeu as contas de quantas vezes esteve ao lado dos profissionais nos momentos em que eles mais precisaram.
“São muitas situações, que vão desde a doença, um problema familiar, muitas vezes o momento da morte, em que nós estamos do lado do profissional e também da família”, comentou o padre.
Legalmente instituída no Brasil com o artigo 5º, inciso VII da Constituição Federal de 1988, as Capelanias Militares entram no grupo dos chamados direitos e garantias fundamentais, e, na prática, foram criadas em todo o mundo para oferecer o apoio religioso e assistência espiritual tanto a militares quanto a civis.
“Esses policiais vivem momento de muitas dificuldades e se não encontram apoio, dificilmente vão desenvolver um bom trabalho, aqui eles são considerados na sua dimensão humana e espiritual”, explicou o Padre Meirelles.
Para o Major João Holanda, que comanda equipes que fazem o policiamento nas ruas, o serviço é fundamental.
“A gente sabe que o trabalho da segurança pública não é fácil. A gente trabalha de manhã, de tarde, de noite, muitas vezes deixando o convívio da nossa família e logicamente isso acarreta alguns problemas de cunho emocional e é justamente aí que a capelania vem atuar, para que ajude o bom desenvolvimento do trabalho desses policiais”, comentou.
Presença
Na Polícia Militar há 25 anos, e atualmente capelão-chefe da Polícia Militar do Maranhão, o pastor Misael Rocha conta que mesmo com a grande quantidade de municípios, a assistência prestada consegue cobrir todo o estado.
“São muitos trabalhos, não temos capelão para atender todos os eventos que acontecem mas estamos distribuídos de forma a cobrir todos os 217 municípios que são cobertos pela Polícia Militar e por isso sempre estamos viajando para os interiores, acompanhando os batalhões, companhias, destacamentos”, explicou o pastor.
A jornada de trabalho também é intensa. “O capelão possui um horário fixo mas a disponibilidade tem que ser de 24 horas, atendendo aos chamados e estando presentes na hora da dor, do sofrimento, de uma prisão, estamos sempre juntos”, comentou.
A manutenção das capelanias da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e do Sistema Prisional do Maranhão são algumas das estratégias de melhoria da Segurança Pública do Maranhão, que este mês conseguiu em reduzir em mais de 50% os índices de criminalidade no comparativo com o ano de 2014.
A tenente-coronel Edilene da Silva, comandante do 9º Batalhão da PM, precisou da assistência pessoalmente em 2016 e além da palavra de apoio, para ela foi uma valorização do profissional.
“Foi uma mensagem importante de Deus, eles levam uma mensagem importante de conforto e como profissional me senti valorizada”, completou. (Jornal Pequeno)