Lula e Felipe Camarão, observados por Dino: é preciso erguer alegria ao futuro

A confirmação da pré-candidatura de Felipe Camarão ao governo do Maranhão pelo PT seguida da entrevista do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, ao jornal Extra afirmando que o partido pretende indicar o vice na chapa de Lula, não é uma coincidência a ser desconsiderada.

“No momento, nossa pretensão (para 2022) é modesta. Mas, pelo tamanho que o PSB tem, pela sua capacidade de renovação, qualquer que seja o candidato (à presidência) que ele apoie, o PSB deveria ter a condição de vice. Se apoiarmos o Lula, defendemos, sim, um vice”, disse ao jornal do grupo O Globo.

Siqueira aposta nas filiações de lideranças consagradas no campo progressista como o governador Flávio Dino, que saiu do PCdoB, e os deputados Marcelo Freixo, ex-PSOL e Tábata Amaral, ex-PDT; e nas soluções à esquerda alinhadas ao avanço tecnológico do século XXI, o chamado socialismo criativo.

“Da esquerda ao centro, a leitura dos novos quadros é que o espaço ocupado pelo PSB, fora da rixa entre POT e PDT, tem maior capacidade de diálogo para além da esquerda – aspecto que, julgam eles, será fundamental para montar uma aliança capaz de tirar Jair Bolsonaro do poder”, escreve o jornalista Guilherme Caetano.


O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, trabalha para oferecer vice a Lula Foto: Givaldo Barbosa/Agência O Globo (28/01/2018)

Não é preciso ser torcedor, mas a configuração exposta por Carlos Siqueira, cai como uma luva no perfil do governador Flávio Dino e sua defesa da frente ampla. Além ter dialogado de Luciano Huck a José Sarney, Dino foi um dos maiores combatentes público contra o impeachment de Dilma e na defesa pela liberdade do presidente Lula.

É neste sentido que a pré-candidatura de Felipe Camarão pelo PT não deve ser vista como um cavalo de batalha envolvendo as duas outras pré-candidaturas da base do governo, a do senador Weverton Rocha (PDT) e a do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Ambos filiados a partidos com renitentes candidatos à presidência, Ciro Gomes e João Dória.

A manifesta intenção dos socialistas criativos de lançar o vice de Lula, cujo o nome de Flávio é um dos mais cotados, e a inédita oportunidade do PT de disputar o governo do Maranhão com um candidato competitivo, remodela a mesa das alianças e dos cargos a serem disputados, tradicionalmente reservada para o mês de abril.

Até lá, ainda haverá a natural cizânia entre os pretendentes às candidaturas do grupo liderado por Flávio no Maranhão e por Lula no Brasil. Faz parte do jogo.

A arte da política é exatamente manter o trem no trilho em meio às diferenças dos maquinistas.

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