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  • SUJEITO PEBA

    A arrogância vazia de Roberto Rocha ao tentar persuadir população a apoiar golpe contra STF

    Montagem feita a partir de uma ilustração de Montt

    Roberto Rocha aproveita presidência da sessão do Senado para ameaçar ministros do Supremo que estariam brincando de Deus. Incapaz de elaborar até mesmo uma falácia, o resultado foi constrangedor. Mas é da lama, que surgem os golpistas. O Asa de Avião, agora tem uma marca: Luftwaffe…


    Se Roberto Rocha não tivesse achado bonito e publicado em suas redes sociais, ninguém iria ficar sabendo da ameaça que fez contra o Supremo Tribunal Federal, ao presidir o final da sessão do Senado dia 27 passado no lugar de Rodrigo Pacheco.

    Apesar de ter dito em meio ao embate de Bolsonaro com o Supremo que já passou da hora de alguns membros do judiciário brasileiro pararem de brincar de Deus, porque essa brincadeira poderia custar muito caro ao País, suas palavras não tiveram a menor repercussão.

    E olha que foi na cadeira de presidente.

    Um traque, esses pacotinhos de pólvora que as crianças pipocam no chão, surtiria muito mais afeito.

    A indiferença da mídia e do plenário é consequência de sua arrogância vazia. Forceja uma sapiência, que nem a de botequim ele possui.

    Com esse rei de falso brilhante na barriga, Rocha criou premissas para levar à conclusão pretendida. Na sessão de terça, antes de atacar os membros do judiciário, ele juntou palavras acreditando dar substância intelectual ao que não passou de conjecturas desamparadas de sentido e vergonha na cara.

    O resultado foi um discurso que os conhecedores do assunto detectam facilmente o truque barato, os fascistas por natureza não se empolgam e os desinformados sem opção, não entendem.

    Assista trecho da sessão com os ataques de Roberto ao STF

    Em tom professoral (faz a pergunta, que ele mesmo responde), o zero nobre senador alicerça sua obra citando artigo da Constituição, sob o qual ergue o araque.

    Primeiro ele pergunta:

    – O que diz o art. 1º da nossa Constituição Federal, Senador Esperidião Amin?

    E responde:

    – Todo poder emana do povo. Temos três Poderes: o Poder Legislativo, que é o poder original; o Poder Executivo e o Poder Judiciário.

    Feitas as preliminares, ele começa a lançar mão de enganos, distorções, falsas mostras, na tentativa de persuadir a população a concordar com os perigos da brincadeira de Deus e a necessidade de dar um basta.

    Parte de premissas verdadeiras:   

    – Os dois primeiros [Poderes Legislativo e Executivo] têm seus representantes legitimamente eleitos pelo voto direto do eleitor brasileiro.

    Para chegar a uma conclusão falsa:   

    – No Brasil, o Poder Judiciário não emana do povo, diz.

    – E por quê?

    Volta a perguntar. E dá início ao descalabro, ao responder.

    – Porque o poder é um poder contramajoritário, que tem que tomar decisões em favor de minorias, diferentemente de nós que temos que, sempre, tomá-las em favor das maiorias. Por isso não são eleitos.

    E capciosamente, acrescenta:  

    – Agora, se é para poder falar em nome da maioria, a voz rouca das ruas, então, temos que repensar a forma de acesso aos tribunais. Tem que ser pelo voto direto, como o é nos Estados Unidos.

    Publicado na Revista da Escola de Magistratura do Rio de Janeiro – EMERJ

    Uma mentira deslavada. Os juízes federais são indicados pelo presidente, e nomeados somente após a aprovação do Legislativo. Em alguns estados é que se adota o sistema eleitoral para a escolha dos magistrados estaduais e mesmo assim com mandato de seis anos e sem progressão na carreira.

    Em seguida, passa o cuspe e propõe o golpe:

    – Mesmo com toda autoridade dada pelo povo, nenhum dos membros do Poder Legislativo e do Executivo pode se dar o direito de extrapolar os limites constitucionais de sua competência dada pela Constituição Federal. Ora, se os que falam em nome do povo – como eu, como V. Exas. – não têm esse direito, como um membro do Judiciário pode tê-lo?

     Ao final, conclui:

    – Acho que já passou da hora de alguns membros do Judiciário brasileiro pararem de brincar de Deus, porque essa brincadeira pode custar muito caro ao nosso país.

    Fazer o que o ministro Ricardo Lewandowski fez ao autorizar que a Polícia Federal investigue o senador Roberto Rocha por suspeita de desviar recursos de emendas, somente brincando de Deus.

    Não é à toa que o zero nobre senador se autointitula de ‘Asa de Avião’.

    Da Luftwaffe…

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