PF suspeita que R$ 400 mil apreendidos com empresário na saída do BB do Jaracati iriam para Maranhãozinho
Marcelo Rocha (FOLHA)
A Polícia Federal apreendeu R$ 400 mil em poder do sócio de uma empresa do Maranhão e investigadores suspeitam de conexão do caso com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL-MA).
O portador dos valores, retidos em maio deste ano em São Luís, aparece ao lado de Maranhãozinho entre os alvos de um inquérito que tramita sob sigilo no STF (Supremo Tribunal Federal).
Em seu primeiro mandato na Câmara, o deputado do novo partido do presidente Jair Bolsonaro é suspeito de desviar recursos de emendas parlamentares voltadas para a área da Saúde.
No final de 2020, ele foi flagrado pela PF manuseando maços de dinheiro em seu escritório político na capital maranhense. As cenas foram captadas por uma câmera de vídeo instalada no local pelos policiais federais após autorização judicial.
A ação policial referente aos R$ 400 mil ocorreu, portanto, cerca de seis meses após o escritório do parlamentar ter sido alvo de mandado de busca.
Por meio de assessoria de imprensa, Maranhãozinho afirmou à Folha que todo o relacionamento com o empresário sob suspeita “foi pautado pela ética e transparência”.
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O inquérito que corre no Supremo sob sigilo desde o ano passado tem como um dos investigados Francis Santos da Silveira, um dos sócios da empresa Atos Engenharia.
Em 6 de maio, Silveira se dirigiu a uma agência do Banco do Brasil no bairro de Jaracati, em São Luís, e sacou R$ 400 mil. Foi detido pela PF após deixar o banco.
Interrogado sobre o destino da quantia, segundo a ocorrência policial, o sócio da Atos Engenharia disse que seria usada para pagar salários de funcionários e para a compra de material de construção. Porém, apontaram as autoridades, a versão não convenceu.
“[Silveira] não tem controle nenhum nem informações concretas referentes à empresa, ele não soube dizer quantos funcionários há, quantos funcionários iria pagar com o valor sacado”, disse a PF.
De acordo com a polícia, o suspeito deu “respostas vagas”, sem saber indicar quais obras estariam relacionadas aos valores sacados nem esclarecer a origem do dinheiro.
Segundo os investigadores, ele “disse que sacou de sua conta e não lembra exatamente quais as empresas que depositaram, que esse valor já está em sua conta há quarenta dias”.
A PF afirmou ainda que pesquisa sobre registros trabalhistas da Atos Engenharia indicou que a empresa “possui apenas um funcionário com carteira assinada”.
“Há indícios do cometimento de delitos, principalmente no que tange a lavagem de dinheiro, visto que não se conseguiu detectar a origem”, afirmou a PF.
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