Alguns meios de comunicação ligados a Família Sarney tentaram igualar o caso das impugnações das candidaturas de Roseana Sarney e Sarney Filho. Alegam que o caso seria idêntico às impugnações sofridas por Edinho Lobão em 2014, quando conseguiu registrar a candidatura para governador do Estado, apesar de sócio da TV Difusora. Mas os casos são bem diferentes.

Em 2014, Edinho Lobão provou que, pelos contratos sociais de suas empresas, ele não tinha nenhuma função de administração ou de representação de suas empresas, incluindo o Sistema Difusora de Comunicação. Toda a administração das empresas de Edinho Lobão era feita, e ainda é até hoje, por Rafael Bajonas Lobão. E a lei de inelegibilidades só impede a candidatura de quem possui alguma função de administração ou de representação.

Nas empresas do Sistema Mirante de Comunicação, segundo revelam os contratos sociais, o administrador é Fernando Sarney, mas os irmãos e sócios Roseana e Sarney Filho também estão autorizados por cláusula a praticarem atos de administração das empresas, se assinarem ambos algum documento, até mesmo cheque, dispensando-se até mesmo a assinatura do irmão, Fernando.

Bastaria isso para deixar os casos Roseana e Sarney Filho de 2018 diferente do Caso Edinho Lobão de 2014.

Mas os contratos sociais da Mirante também preveem que qualquer dos sócios, os irmãos Sarney, poderá representar as empresas, em juízo ou fora dele. Veja passagens do contrato social da TV Mirante.

Pelo contrato da TV Mirante, Roseana e Sarney Filho possuem igual direito de administração na sociedade, podendo assinar até cheques e outros documentos que comprometam a sociedade sem a participação de Fernando Sarney. Além disso, são os representantes legais da empresa.

Muitos estão dizendo que Roseana e Sarney Filho só mantiveram essa cláusula nos contratos sociais da Mirante porque não confiam plenamente no irmão, Fernando Sarney. Mas, para a lei, não importa os motivos pelos quais os sócios mantiveram poderes de administração e representação, eles estão inelegíveis.