Apesar de serem alvo de ataques novamente, as cabines que serão construídas em presídios maranhenses seguem as normas do Ministério da Justiça e são financiadas pelo Fundo Penitenciário Federal.

Não faz qualquer sentido dizer que o dinheiro poderia ser destinado a leitos para pacientes de coronavírus.

Os recursos são “carimbados”, e só podem ser usados para determinado objetivo – no caso, a construção desses módulos, que possuem caráter ressocializador.

Um estímulo à manutenção dos vínculos afetivos, sejam eles maternais, paternais ou conjugais.

Mas isso pouco importa, a quem pensa que bandido bom, é bandido morto.

E a possibilidade de encontros íntimos no presídios do Maranhão acabou foi excitando a falange bolsonarista.

E não deu outra.

Meteram o pau na brecha vislumbrada na conexão da obra e a aterrorizante nova cepa da Covid-19, que se espalha pelo País.

Embora o fiofó não tenha nada a ver com as calças, os expoentes da perversão quase que vão ao orgasmo nas redes sociais com a criação de mais uma fake news.                   

‘Flávio Dino, o comunista, deixou de aplicar R$ 1,3 milhão no combate à pandemia para investir em motel para preso’.

Foi daí pra frente, de acordo com o DNA do deputado federal e sua reconhecida capacidade de inseminar vilipêndios pelos canais digitais.

Ainda mais quando uma fake produz uma outra muito pior.

É a fake news da fake News levada a termo pelos veículos do Sistema Mirante de Comunicação, como a repercussão na Câmara Federal do polêmico caso dos módulos de encontros íntimos.  (AQUI)

Isso mesmo, “polêmico”!

E para dar aparência de jornalismo, a “explicação” do caso pela Secretaria de Administração Penitenciária, vem ao final da “matéria”, com o intertítulo, ‘Outro Lado’!

A estreia nas páginas de O Estado do Maranhão, foi ninguém mais, ninguém menos do que Marcos Feliciano.

O mesmo que (Revista Veja, 5 de março de 2013) declarou “União homossexual não é normal. O reto não foi feito para ser penetrado. Não haveria condição de dar sequência a nossa raça”.

Outra, desse sujeito que se diz pastor, foi no Congresso de Gideões e Missionários, em setembro de 2012: “A Aids é o câncer gay”!

Acreditando que uma alma penada é pouco e não assusta ninguém, quem também se manifestou sobre a “polêmica” foi Carla Zambelli, a deputada investigada no inquérito das Fake News.

Em sua conta no Facebook, ela escreve a origem da verba federal e ao mesmo parece que não sabe o que escreveu, ao postar acompanhando o texto, uma foto montagem de Flávio Dino, tendo ao fundo um quarto de motel entre grades. E em letras garrafais: Surreal – Maranhão irá gastar R$ 1,3 milhão em Motel para presos.

Ou seja, escreve a verdade no texto, que ninguém vai ler e destaca no título a fake news !

Partindo de Zambelli, nada surpreende.

Não é à toa sua inclusão no inquérito determinado pelo Supremo Tribunal Federal.

 Mas, foi no início da pandemia que a moça demonstrou todo o seu cabedal para hoje servir de referência aos veículos ligados ao Sistema.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, dia 29 de abril, diante das filas por UTI e das mortes nas terras cearenses, ela vaticinou: “No Ceará, tem caixão sendo enterrado vazio, tem uma foto de uma moça carregando caixão com os dedinhos”!

Para completar a orgia e consagrar a potência bárbara, Bibo Nunes entrou na parada, fazendo uso de novas de posições para ampliar o êxtase da galera desembestada.

O representante dos gaúchos acrescentou que, pelo gasto com “motel para preso” de R4 1,3 milhão, devem ter muitas escolas sobrando no Maranhão.

“Urubus comunistas em romance na cadeia…”,  escreveu, talvez observando a cena no espelho que aparece no quarto gradeado no cartaz montando por sua parceira Zambelli.

A opção por direcionar a fake para a área da Educação, talvez seja resultado de uma certa coerência que move sua mente doentia.

Afinal, durante debate promovido pela TV Câmara, dia 11 de maio, ao defender o isolamento vertical e a reabertura da economia, disse que o coronavírus mata “pessoas que já estão sendo encaminhadas para morte”.

E, sem meias-palavras, explicou:

“Este vírus acelera a morte de quem está pra morrer. No mundo inteiro, quem morre são idosos, pessoas que já estão sendo encaminhadas para a morte. Não quer dizer que estou a favor da morte, porque todos vão morrer. Inclusive eu e vocês. Então, aceitar a morte é algo natural, e não tem o porquê de fazer o isolamento total que quebra a economia”, afirmou.

Assista ao debate de Bibo Nunes com o deputado Márcio Jerry (PCdoB) sobre a opção do lockdown, promovido pela TV Câmara.