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  • O CRIME QUE COMPENSA

    Banco do Brasil permite que R$ 11 mil de golpe aplicado em conta de jornalista no MA pague IPVAs em SP

    Foto nebulosa da agência do Banco do Brasil na Avenida Colares Moreira Foto: Arly Eriko B

    O Banco do Brasil culpa correntista por golpe, nega estorno poucas horas depois, não permite contestação de pagamento fraudulento de impostos no cartão de crédito e garante que produto de roubo quite IPVA, juros por atraso e multas de trânsito no estado de São Paulo.

    A denúncia é do jornalista Raimundo Garrone, vítima de golpe que levou R$ 5 mil reais do salário que estava em sua conta corrente e deixou 6 mil no cartão de crédito que vence no próximo dia 17.

    Jornalista experiente, Garrone diz que não tem palavras para classificar o comportamento do Banco do Brasil em negar o estorno dos pagamentos no mesmo dia do golpe, 24 de junho, conforme protocolos 99618916 e 99619260, e não permitir sequer contestar os que foram registrados no cartão de crédito (protocolo 135006115)

    Extratos de conta corrente e cartão de crédito mostram que os R$ 11 mil reais foram utilizados para os pagamentos de multas e IPVAs de proprietários de veículos cadastrados do Detran/SP. Desses, o banco só disponibiliza acesso aos nomes dos beneficiados com quitação dos tributos no débito em conta.


    Estranhamente, segundo a vítima, o BB não permite que o titular saiba quem são as pessoas que tiveram suas multas e tributos creditados no seu cartão.

    Raimundo Garrone acredita que não é a toa que a quadrilha fature o golpe através de pagamento de impostos.

    “É uma rede de proteção, que cheira a conivência. Um banco se negar a estornar um pagamento mesmo sabendo que ele foi feito com produto de roubo, é fazer com que o crime compense”, desabafa.

    O Golpe

    O jornalista diz que o golpe é armado constantemente através de mensagens BB Informa sugerindo a troca de pontos que vencem em 24 horas, por produtos, milhas ou descontos na fatura, no site da Livelo.

    Na sexta-feira, 23 de junho, ele acessa o site e faz sua inscrição fornecendo número do cartão, número de segurança e conta corrente. No mesmo dia recebe ligação avisando que o site era falso, e que ele teria que cancelar senha de 8 dígitos que dá acesso ao aplicativo do Banco do Brasil no celular.

    O número do telefone da chamada tem o selo do BB, conforme mostra documentação apresentada pelo jornalista.

    No sábado, por volta das 13h, ele recebe outra ligação do mesmo número, que no dia anterior alertara da inscrição no site falso. Desta vez foi em tom de alarme: sua conta estava sob forte ataque, com pedidos de empréstimos e pagamentos de contas.

    “Eu tinha 40 minutos para me dirigir a um caixa eletrônico e proceder de acordo com orientação do Banco do Brasil, por telefone”, observa.

    Não deu outra, diz Garrone, “sai correndo e seguir todas as orientações de uma pessoa que me parecia muito bem-preparada, que se identificou como Janaína”.

    Em resumo, completa, “A quadrilha cria e lhe salva de uma ameaça real. Ganha sua confiança e assim consegue levá-lo até um caixa eletrônico para pagar impostos, sabendo que o banco não estorna esse tipo de pagamento”.

    O jornalista ressalta que pior do que o golpe foi a atitude do Banco do Brasil diante de um correntista que buscou apoio logo após perceber que havia caído em uma armadilha, e estava com sua condição de vida drasticamente comprometida nos próximos meses.

    “Foi brutal. No sábado, logo após o golpe, o banco negou estornar os pagamentos, dizendo apenas que não poderia por se tratar de pagamento de impostos, e, em seguida, o Serviço de Atendimento ao Consumidor, me culpou por ter digitado a senha. Era o que me faltava…”.

    Raimundo Garrone vai recorrer à Justiça responsabilizando o Banco do Brasil por não tomar providências para evitar o golpe e o prejuízo na conta bancária do consumidor.

    “Não há como não considerar uma movimentação estranha, atípica, inusitada, o pagamento de 11 mil reais de impostos de várias pessoas na cidade de São Paulo, em uma única tarde de sábado!”


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