Roberto Rocha comete gafe em insinuação de recebimento de propina por Flávio Dino
Atual 7 – O senador Roberto Rocha (PSDB-MA) cometeu um gafe, nessa terça-feira 31, durante interrogatório a que foi submetido o ex-diretor de Relações Institucionais do grupo J&F, Ricardo Saud, no âmbito da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, no Senado da República.
Após ler trecho do depoimento de Saud dado ao Ministério Público Federal (MPF) na Operação Lava Jato, Rocha se ateve apenas a uma declaração do delator, onde ele lista somente 15 dos 16 governadores eleitos em 2014 supostamente beneficiados com propina da empresa. “Falta um. Vossa senhoria poderia informar quem é que ficou protegido nesta conta?”, questionou Roberto, insinuando em seguida que o 16º nome seria do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
“O senhor não pode dizer quem é o 16º governador que recebeu propina? Bom, eu vou dizer, senhor presidente. O 16º é o governador do Maranhão, do PCdoB, cujo irmão [Nicolao Dino] era a alma do doutor [Rodrigo] Janot. E talvez o doutor Ricardo Saud tenha o interesse de protege-lo a época. Isso está constando na declaração de prestação de contas do candidato a governador. A mesma JBS disse que deu R$ 13 milhões ao PCdoB. O PCdoB só tinha um candidato no Brasil. Era o candidato a governador do Maranhão. Exatamente este que o depoente tenta claramente proteger”, afirmou o tucano.
Apesar de, de fato, constar na prestação de contas eleitoral do PCdoB a doação da JBS e a confirmação de que o partido também foi comprado pela empresa, documentos entregues pelo próprio Ricardo Saud ao MPF revelam quem são todos os 16 governadores financiados supostamente de forma ilícita pela empresa. E o nome de Dino não está na lista.
Os nomes são Renan Filho (PMDB-AL), José Ivo Sartori (PMDB-RS), Pezão (PMDB-RJ), Marcelo Miranda (PMDB-TO), Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Simão Jatene (PSDB-PA), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Beto Richa (PSDB-PR), Tião Viana (PT-AC), Camilo Santana (PT-CE), Fernando Pimentel (PT-MG), Paulo Câmara (PSB-PE), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Raimundo Colombo (PSD-SC), Robinson Faria (PSD-RN) e Suely Campos (PP-RR).
Além do gafe contra seu adversário nas eleições de 2018 durante a CPMI da JBS, ao relembrar das supostas propinas repassadas pela JBS a governadores eleitos, Roberto Rocha acabou abatendo seu próprio partido, que lidera o suposto ranking da propinagem, e também o padrinho de sua pré-candidatura ao governo estadual, Geraldo Alckmin.