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    Supremo vai decidir sobre prisões de Aécio e Rocha Loures

        PGR pediu que, em caso de nova negativa de Fachin, caso seja levado ao plenário

    O deputado Rocha Loures (PMDB-PR) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) – Montagem sobre fotos da Agência O Globo

    POR JAILTON DE CARVALHO (O GLOBO)

    BRASÍLIA — O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta segunda-feira que plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) determine as prisões do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Os dois são acusados de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução de justiça e organização criminosa. Janot pede que o plenário do STF reconsidere a decisão do ministro Edson Fachin, que rejeitou o pedido, e decrete a prisão do preventiva do senador e do deputado.

    Primeiro, Janot pede que Fachin revise a a própria decisão. Como considera que o ministro pode não acolher o pedido, o procurador solicita que o caso seja levado em caráter de urgência a apreciação dos 11 ministros do tribunal. Para o procurador-geral, a prisão de Aécio e de Loures é “imprescindível para a garantia da ordem pública e da instrução criminal”.

    Janot argumenta que os crimes atribuídos aos dois parlamentares são “gravíssimos” e que, até o início da fase pública das investigações na quinta-feira passada, os dois estavam em situação de flagrante por crime inafiançável. O procurador-geral acrescentou ainda como agravante o fato de que os investigados “vem adotando, constante e reiteradamente, estratégias de obstrução de investigações da Operação Lava Jato”.

    O procurador-geral também sustenta que os dois, Aécio e Loures, só não foram presos em flagrantes ao longo das investigações porque estava em curso ação controlada da Polícia Federal. Durante a ação, autorizada por Fachin, a polícia filmou um emissário do empresário Joesley Batista repassando malas com R$ 500 mil cada a Frederico Pacheco Medeiros, primo de Aécio, também a Loures, homem de confiança do presidente Michel Temer.

    “Nesse sentido é importante destacar que a ação controlada requerida no bojo da Ação Cautelar 4315 não objetivou apenas monitorar o pagamento da propina destinada ao senador Aécio Neves, mas também os repasses de valores espúrios ajustados entre Joesley Batista, o presidente da República, Michel Temer, e o deputado Rodrigo Loures”, afirma Janot.

    No pedido de prisão, Janot lembra que o senador e o deputado são poderosos. Se permanecerem soltos poderão usar a influência política com objetivos espúrios e atrapalhar as investigações. Na semana passada, Fachin rejeitou o pedido de prisão dos parlamentares, mas determinou o afastamento dos dois dos cargos. Os dois também foram proibidos de manter contatos com outros investigados e de deixar o país. No mesmo despacho, o ministro deixou em aberto a possibilidade da prisão ser analisada pelo plenário do tribunal.

    “No tocante às situações expostas neste recurso, a solução não há de ser diversa: a excepcionalidade dos fatos impõe medidas também excepcionais”, afirma Janot. Numa conversa com Batista, Aécio pede ao empresário R$ 2 milhões. Ao longo do diálogo, registrado pelo empresário, os dois indicam emissários para levar adiante a transação. Batista manda o executivo Ricardo Saud fazer o pagamento em quatro parcelas. Frederico Pacheco é destacado por Aécio para buscar o dinheiro.

    O caso de Rocha Loures também foi documentado. Primeiro Bastista registrou uma conversa em que Temer indica o deputado como pessoa de sua confiança para tratar de “todos” os assuntos com o dono da JBS. Numa outra conversa, Rocha Loures é flagrado tratando de indicação de cargos e decisões estratégicas do governo federal de interesse da JBS. Depois ele é filmado recebendo parte de uma propina acertada anteriormente.

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    Explosão em show de Ariana Grande em Manchester deixa 22 mortos

    POR O GLOBO / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

    LONDRES – A polícia britânica confirmou que um forte estrondo provocou pânico e deixou ao menos 22 mortos e 59 feridos após um show da cantora pop americana Ariana Grande na cidade inglesa de Manchester na noite desta segunda-feira. O homem que realizou o atentado morreu ao detonar uma carga explosiva, indicou nesta terça-feira a polícia da cidade, que mencionou um incidente terrorista. O chefe da polícia de Manchester, Ian Hopkins, disse que o homem detonou um dispositivo explosivo de fabricação caseira. Vários agentes isolaram o entorno da Manchester Arena e emitiram um alerta para que as pessoas não se aproximassem da região, enquanto um comando policial local tratou o caso como terrorismo até segunda ordem. Ariana está bem, segundo declarou um representante de sua gravadora à revista “Variety”.

    Um primeiro estouro foi ouvido logo após o final do show da cantora, por volta de 22h30m (hora local), aparentemente do lado de fora. Ariana havia saído do palco e as luzes haviam sido acesas. Apreensivas, as pessoas correram em pânico após a aparente segunda explosão, cerca de dois minutos depois.

    Apesar dos fortes estouros, não houve relatos iniciais de fumaça. Testemunhas também atribuíram o desespero no local ao estouro de balões, o que poderia ter provocado um pisoteamento em massa.

    Por outro lado, funcionários de serviços de emergência relataram ter atendido pessoas com ferimentos por fragmentos, compatíveis com uma explosão. A polícia chegou a detonar um pacote suspeito numa varredura após o isolamento da área, mas tratava-se apenas de uma mochila com roupas. As redes americanas NBC e CNN citaram a possibilidade de uma explosão suicida, enquanto a CBS falava em explosão de pregos.

    Explosão na Manchester Arena

    Testemunhas no local

    relataram ter ouvido

    um “enorme estrondo”

    após um show de Ariana

    Grande, no Manchester

    Arena. A polícia confirmou

    que houve mortes.

    Ariana Grande publicou uma mensagem no Twitter lamentando o atentado. A cantora disse que está “ferida. Do fundo do meu coração, sinto muito. Não tenho palavras”

    Ainda sem maiores informações ao público, a polícia logo declarou o caso como um “incidente sério”. Várias ambulâncias e viaturas foram redirecionadas ao local com urgência. O serviço britânico de trens bloqueou as linhas que saem da estação Victoria, em frente à arena.

    — Quando estávamos bem na porta, houve uma grande explosão e todos começaram a gritar — afirmou Catherine Macfarland, frequentadora do show. — Foi uma explosão enorme, podia ser sentida no peito.

    Pessoas relataram ter visto outros frequentadores do show ensaguentados e “uma cena caótica”.

    — Quando chegamos lá fora, muitos policiais vieram correndo em direção à área e a estação Victoria foi cercada — disse ao “Guardian” uma testemunha identificada como Hannah, mencionando que haveria” uma bomba e um atirador”.

    Pessoas que moram no entorno do local logo relataram que o estouro foi muito alto.

    — Ouvi um enorme estrondo da minha cama, e fui para a frente do meus apartamento e vi todo mundo fugindo em grandes grupos. O estouro foi tão grande que ouvi do meu quarto que está na parte de trás dos blocos de apartamentos — disse à Press Association Suzy Mitchell, de 26 anos, que mora em frente ao local.

    Deu no D.O.

    Ferrari – O que não vai faltar aos estudantes de Tasso Fragoso é carro novo. A prefeitura contratou por R$ 1.173.000,00 a Planecon Serviços Ltda para prestar serviços de locação de veículos para fazer o transporte escolar.

    Aditivada I – Para garantir o ronco dos motores, a prefeitura de Presidente Vargas assinou contrato de R$ 1.257.443,30 com o Auto Posto Santa Clara Ltda para fornecer combustíveis e derivados durante o transcorrer de 2017.

    Aditivada II – A combustão em Vitorino Freire consumirá no mínimo 25 mil litros a mais com os R$ 1.750,050 em combustível divididos em quatro contratos assinados com o Posto de Gasolina Guerra Ltda.

    Na ponta do lápis – Enquanto isso em São Raimundo das Mangabeiras a prova é a dos noves dirigida pela L N de Sousa Juniorme que foi contratada para fazer a contabilidade pública da Prefeitura e da Secretaria municipal de saúde e vigilância sanitária por R$ 209.000,00.

    Piaçaba – Se depender do valor do contrato, Buriti será uma cidade limpa. Por R$ 1.689.672,44 a D.J.C Almeida & Cia Ltda-ME fará o belo serviço de limpeza pública enquanto durar o ano de 2017.

    Menu – Em Buritirana os alunos não vão ficar de barriga vazia com o contrato de R$ 608.636,00 assinado com a R. dos Santos Costa Comércio para fornecer gêneros alimentícios para compor o cardápio da merenda escolar.

    Autorizada– Em Lagoa do Mato a frota de carros deve ser uma das maiores do Maranhão pelo custo dos dois contratos somados em R$ 935.309,66 para fazer a manutenção dos veículos de apenas duas secretarias municipais, a de Educação (R$ 769.161,71) e a de Saúde (R$ 166.147,95) assinados com a Santa Rosa Peças e Serviços Ltda.

    Neon – Em Porto Franco as faixas de pedestres e as placas de contramão serão reluzentes em função dos R$ 450.580,00 do contrato com a Avante Comunicação Visual Ltda-ME para fazer a sinalização viária de ruas e avenidas.

    Precioso líquido – A prefeitura de Anajatuba resolveu matar a sede e abriu as torneiras para jorrar R$ 218.450,00 referentes ao contrato assinado com a A M Tinoco-ME para o fornecimento de água mineral; o que dá em média 970 litros por dia, levando-se em conta o final do mês de fevereiro, data da assinatura do contrato, e o preço estimado do galão de 20 litros em R$ 15,00; R$ 1,50 a mais do cobrado em São Luís com entrega a domicílio.

    O GLOBO: Autor de laudo citado por Temer usou equipamento amador

                                Profissional é bacharel em Direito

    Temer em pronunciamento para se explicar sobre o áudio com Joesley Batista – Ricardo Botelho / AP

    POR / O GLOBO 

    Autor do laudo citado pelo presidente Michel Temer em seu pronunciamento de sábado, o perito judicial Ricardo Caires dos Santos afirma ser profissional em transcrever áudios. Bacharel em Direito pela Unifig, de Guarulhos, onde também diz ter se especializado em Direito Penal, ele se tornou figura frequente em programas sensacionalistas e de celebridade na TV. Antes de se dedicar à degravação da conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer, coube a ele, por exemplo, determinar se havia ou não um fantasma em uma fotografia divulgada na internet pela atriz americana Jéssica Alba, em janeiro do ano passado. Embora costume se apresentar como perito do Tribunal de Justiça de São Paulo, ele é um prestador de serviços eventual da Justiça, sem qualquer vínculo com o tribunal.

    Procurado pelo GLOBO, ele afirmou que seu trabalho é apenas inicial e que qualquer conclusão a respeito da conversa depende de uma outra perícia. Negou ainda que o áudio da conversa tenha 50 pontos de edição, como apontado por reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em seu site na sexta à noite. Segundo ele, são 14 pontos de edição, entre 15 e 20 pontos de corte e diversos trechos de ruído. Santos, no entanto, disse não ser possível apontar onde estão os pontos de edição.

    — Esse trabalho tem como intuito que outro profissional faça a perícia. E, sobre os pontos que eu mostrei, ele (o outro perito) venha e fale: folha dois é só corte, folha três não dá para ouvir, na folha 33 existe edição. Esse seria o rito para ter a perícia — explicou.

    ESPECIALISTA EM ‘ESPIONAGEM’

    O laudo feito por Santos, ao qual O GLOBO teve acesso, é composto da transcrição do áudio da conversa e, em 54 trechos do diálogo, ele identifica os “pontos a serem analisados”. Aos ouvidos de um leigo, esses pontos são apenas inaudíveis. Para elaborar o laudo, ele afirma ter usado um tocador de mídia, o programa Audacity, uma ferramenta gratuita para edições de áudio caseiras e o software Vegas Pro 10, ferramenta profissional para edição de vídeo, embora não haja imagens da conversa de Temer e Joesley. De acordo com especialistas ouvidos pelo GLOBO, as ferramentas adotadas por Caires são insuficientes para dizer se houve ou não edição da gravação.

    – A perícia de um áudio é um trabalho multidisciplinar, exige um grupo de pessoas, diversos softwares e alguns dias de trabalho. Não dá pra fazer em poucas horas – afirmou um perito que pediu para ter a identidade preservada.

    Embora se diga experiente no trabalho, Santos cometeu uma série de erros em sua degravação da conversa: a presidente do BNDES Maria Sílvia Bastos foi confundida com Marina Silva, a CVM, Comissão de Valores Mobiliários, foi transcrita como CDN. Em sua conclusão, Santos escorregou ainda na língua portuguesa. Ele escreve: “para melhor identificação está marcados (sic) os pontos em vermelho e amarelo” e “o objeto “áudio” está eivados (sic) de vícios”.

    Santos defendeu ainda que os trechos editados teriam reduzido o tempo total de conversa de 50 minutos para os 38 minutos apresentados pelo empresário. Ele não considerou na perícia, no entanto, a gravação feita enquanto Joesley estava no carro, antes e depois de entrar no Palácio para conversar com Temer.

    No site que mantém na internet, Caires se diz especializado em espionagem. Apesar da carreira de perito, o site também mostra que ele atua no ramo imobiliário, inclusive com registro de corretor de imóveis. O site é onde ele também faz propaganda de suas participações nos programas de TV.

    Conselho Federal da OAB decide pedir o impeachment do presidente Michel Temer

    Temer: cabelo em pé com a possibilidade da queda

    O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu na madrugada deste domingo (21) apoiar o impeachment do presidente Michel Temer e formular pedido a ser protocolado na Câmara dos Deputados.

    Formado por bancadas com representantes dos 26 Estados do país e o Distrito Federal, o Conselho decidiu fazer uma reunião extraordinária, na sede da instituição, em Brasília, diante dos fatos da última semana.

    Antes das deliberações deste sábado, a maior parte das bancadas já havia se posicionado pela cassação do presidente.

    Em geral as bancadas expressam a opinião das seccionais da OAB nos estados. Ao todo, 25 bancadas decidiram pelo impedimento do presidente. O Amapá votou contra. Acre não compareceu.

    A sessão que decidiu pelo impedimento durou cerca de oito horas. O pedido deve ser protocolado na próxima semana. O presidente Michel Temer já possui ao menos oito pedidos de impeachment protocolados na Câmara.

    A OAB montou uma comissão com quatro conselheiros para analisar os documentos divulgados na última quinta-feira pelo STF (Supremo Tribunal Federal), sobre a delação dos irmãos Batista, donos da JBS. A delação serviu de base para abertura de inquérito contra o presidente no STF.

    com informações da Folha de São Paulo

    Blog do Josias de Souza: ao desqualificar delator, Temer se autoincrimina

    O presidente Michel Temer durante pronunciamento no Palácio do Planalto a respeito das denúncias e áudios da delação da JBS. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

    Uma das características fundamentais da dificuldade de julgamento é ter que ouvir uma pessoa durante vários anos para chegar à conclusão de que ela não vale nada. Michel Temer conhece Joesley Batista há coisa de seis anos. Já esteve com o personagem incontáveis vezes. Só agora pecebeu que dava cartaz a um sujeito desonesto e mentiroso. Temer fez hora extra neste sábado para dizer ao país que o dono do Grupo JBS deveria estar preso, não passeando pelas ruas de Nova York. Temer atacou seu delator a pretexto de se defender. Não conseguiu senão autoincriminar-se.

    O presidente esteve com o salafrário pela última vez em 7 de março. Recebeu-o no palácio residencial perto de 11 da noite. Sem saber que falava com um grampo a domicílio, tratou-o com rara fidalguia. O inquilino do Jaburu só notou que o visitante tinha traços criminosos depois que virou um delatado. Ao conviver por tanto tempo com um corrupto, Temer revelou-se moralmente ligeiro. Incriminado pelo ex-amigo, mostrou-se intelectualmente lento. Qualquer uma dessas velocidades é um insulto. Nenhuma delas é compatível com o que se espera de um presidente da República. 

    Temer exibe sua indignação ao país em conta-gotas. Regula a dosagem de sua revolta à evolução dos fatos. Normalmente comedido, soou um tom acima. Em certos momentos, pareceu fora de si, tornando mais mais fácil enxergar o que tem por dentro. Na superfície, fez pose de presidente injuriado. Entretando, ao defender sua honra recriminando o delator, soou como se ecoasse a orientação que os criminalistas esculpiram no fundo de sua consciência:“Cuidado, você agora é um investigado. Dependendo do que disser, pode tornar-se réu.”.

    Temer escora-se em reportagem da Folha para desqualificar a gravação do diálogo vadio que manteve com seu algoz. “Li notícia de que perícia constatou que houve edição no áudio de minha conversa com o senhor Joesley Batista. Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos.” Pediu a suspensão do inquérito em que é acusado de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.

    Do ponto de vista jurídico, a desqualificação do áudio é o melhor remédio para quem, como Temer, busca livrar-se do afogamento. Ao enviar a gravação ao Supremo Tribunal Federal sem submetê-la a uma perícia minuciosa, o procurador-geral da República Rodrigo Janot ofereceu boa matéria-prima para o esperneio do acusado. Como se fosse pouco, Janot e seus pares deram à turma do JBS um prêmio incompatível com a moralidade. Não há delação que justifique o escárnio de tratar a pão de ló quem merece o pão que Asmodeu amassou. 

    O diabo é que, do ponto de vista político, a reação de Temer é ineficaz. Para quem está afundando, um jacaré parece tronco. Mas a essa altura a fita de Joesley não passa de um detrito no monturo que se formou na porta do gabinete presidencial. A mera desqualificação do áudio não é suficiente para restaurar os danos.

    Ironicamente, o próprio Temer mostrou que a gravação que ele se esforça para desqualificar não é de todo inservível. Fez isso ao ressaltar “as incoerências entre o áudio e o teor do depoimento” de Joesley à Procuradoria. “O que ele fala no seu depoimento não está no áudio. E o que está no áudio demostra que ele estava insatisfeito como meu governo”, disse Temer.

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    O fim das benesses federais, o pânico e as mentiras para envolver Flávio Dino na Lava Jato

     

     Sarney se agarra a Temer como única tábua de salvação para    manter os cargos e os recursos federais com os quais          pretende navegar em condições de disputa até 2018

    Em pânico com a ameaça de perder a última tábua de salvação, o grupo Sarney tenta a todo custo, e desesperadamente, uma sobrevida ao buscar de qualquer maneira – por mais mentirosa que seja – envolver o governador Flávio Dino no escândalo que pode levar ao impeachment do presidente Temer.

    Diante do naufrágio iminente, os sarneysistas se apegam à desconstrução caluniosa do governador para evitar as profundezas a que se destinam sem os cargos e verbas federais, com os quais pretendiam navegar em condições de disputa até 2018.

    E assim se dividem entre a defesa pueril e silenciosa do presidente para não enfrentar os mares bravios da opinião pública, e a tentativa de fazer uma tempestade em um copo sem água ao embeiçar práticas de corrupção a Flávio Dino, na expectativa de desacreditar o seu projeto de transformação igualando-o a José Sarney e Edison Lobão, investigados pela Lava Jato e a Roseana Sarney, que responde na Justiça por formação de quadrilha – dentre outros crimes – acusada pelo Ministério Público de desviar R$ 1 bilhão dos cofres públicos, no que ficou conhecido como Máfia da Sefaz.

                                                  

    O senador João Alberto em entrevista ao Jornal Nacional onde defende o presidente Michel Temer e afirma que ele ouviu passivamente o rosário de crimes do delator Joesly Barbosa por se tratar de um cidadão delicado, que não gosta de tratar mal a ninguém

                                                  Mentiras singelas

    Enquanto o presidente da Comissão de Ética do Senado, o senador João Alberto (PMDB) na impossibilidade de defender eticamente a inocência de Michel Temer das acusações provocadas pela gravação do convescote da madrugada com o delator da JBS, Joesley Batista, dá uma de tolo, o deputado Hildo Rocha (PMDB) apela para a ignorância típica de quem conjuga a vileza ao vazio das próprias mentiras, em conluio com  os obedientes satélites midiáticos da famiglia.

    Em entrevista ao Jornal Nacional, na noite de sexta-feira, o nosso glorioso senador disse não vê nada nos áudios que possam pesar contra o presidente, e justificou a sua passividade frente aos crimes relatados pelo empresário à sua delicadeza em não querer tratar mal as pessoas.

    – Quem conhece o Temer de perto, sabe que ele além de ser um jurista muito competente, é um cidadão muito delicado. O Temer procura sempre tratar bem as pessoas, o que eu vi ali é o Temer não querer tratar mal a ninguém. Pelo que eu vi pelos áudios, eu não vejo nada contra o Presidente da República. Mas eu acredito que não pese nada contra ele. Pesa, sim, a República se recuperando – afirma o singelo senador, denunciado pela imprensa de promover a morte indiscriminada de bandidos e pessoas sem passagem pela Polícia (Operação Tigre), quando ocupou o governo do Maranhão em 1990.

    A singeleza e o servilismo de João Alberto aos interesses do sem mandato José Sarney fazem parte do mesmo manual que orienta os náufragos a proferir impropérios para aliviar o desespero, também utilizado por Hildo Rocha e outros à estibordo, sem nenhuma terra à vista, somente um mar sem fim.

    Hildo Rocha: mentiras absurdas para tentar rebaixar Flávio Dino ao nível dos seus patrões acusados pela Lava Jato por suspeitas de corrupção

                                         Degenerescência e insensatez

    Depois de acusarem – e criar um fato protocolando no Supremo Tribunal Federal um pedido de investigação – o governador Flávio Dino, irmão do vice-procurador-geral da república, Nicolau Dino, de ser beneficiado pelo vazamento de informações da delação do ex-funcionário da Odebrecht, José de Carvalho Filho, os insensatos da nau oligárquica içaram suas velas como se tivessem visto o Monte Pascoal com a prisão do procurador da República, Ângelo Goulart Villela, e do advogado Willer Tomaz, envolvidos no escândalo da JBS.

    Com vento em popa, abriram o boqueirão para cingir o governador e o seu irmão nas suspeitas que recaem sob a dupla de negociar propina para proteger os interesses dos batistas na Justiça. Villela fazia parte da força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga a JBS e suas subsidiárias em esquema de uso irregular de dinheiro dos fundos de pensão.

    “Assessor do irmão de Flávio Dino é preso pela PF”, destacaram unissonante, como se a prisão do procurador fora motivada por algum ato ilícito no âmbito do TSE, onde o procurador também atuava na Procuradoria Geral Eleitoral, comandada por Nicolau Dino.

    Depois acrescentaram ao desconexo a mentira deslavada, noticiando que Willer Tomaz é advogado de Flávio Dino. Até se verdade fosse, seria o mesmo que condenar o advogado pelo crime do acusado ou vice-versa.

    Para completar a fábula e antes de submergir na sua própria insignificância, o timoneiro Hildo Rocha mantém o prumo de suas ignomínias ressaltando que as prisões reforçam a sua tese de vazamento da delação da Odebrecht em favor do governador.

     – Vai ficando cada vez mais claro com a prisão do advogado de Flávio Dino e um auxiliar do seu irmão, que é procurador da República, que ele foi, com fortíssima evidência, beneficiado com o vazamento de informações, o que se configura crime. O auxiliar do seu irmão e o seu advogado foram presos por terem passado informações da Operação Lava Jato para os proprietários da JBS – soçobrou.

    Mas como diz trecho do livro Dom Quixote de La Mancha:

    – Os cães ladram, Sancho. É sinal de que estamos avançando !

    Juiz federal que suspendeu atividades do Instituto Lula é citado por delator da JBS

    HELENA MADER E ANA VIRIATO

    CORREIO BRAZILIENSE

    Para faturar um contrato de R$ 8 milhões com Joesley Batista, o advogado brasiliense Willer Tomaz prometeu influências no Ministério Público Federal e também na primeira instância da Justiça Federal. Nas negociações com o empresário, ele garantiu ter contatos com o procurador da República Ângelo Goulart Vilella, preso durante a Operação Patmos, e assegurou ainda ter proximidade com o juiz substituto da 10ª Vara Federal Ricardo Soares Leite. Na vara, tramitam processos relativos à Operação Greenfield – tema de grande interesse para o grupo JBS. Em decisão recente, o magistrado causou polêmica ao determinar o fechamento do Instituto Lula. A decisão foi reformada em segunda instância.

    A relação próxima de Willer com o magistrado poderia, no entendimento dos empresários, ajudar a defesa da Eldorado, firma controlada pelo conglomerado JBS. Segundo a delação de Joesley Batista, porém, Willer “deixou claro que não havia propina, apenas amizade e proximidade com o juiz”. Joesley, então, teria “cobrado” um jantar com o magistrado e o advogado. É nesse contexto que houve a efetivação do contrato com Willer, que previa a remuneração de R$ 4 milhões por honorários iniciais e R$ 4 milhões por êxito, ou seja, o arquivamento do inquérito.

    Após tratativas iniciais, Willer mencionou ao advogado de Joesley, Francisco de Assis e Silva, conhecer um procurador que iria integrar a força tarefa da Operação Greenfield: Ângelo Goulart Vilella. Depois de algumas semanas, a informação foi confirmada oficialmente: Francisco recebeu, via WhatsApp, a nomeação do representante do Ministério Público Federal no âmbito das investigações.

    A cooperação de Ângelo teria ocorrido de maneira rápida. Segundo o depoimento, após a primeira reunião do procurador nas investigações da Greenfield, Willer Tomaz recebeu a gravação da audiência de Mário Celso, ex-funcionário da JBS. Munido dos grampos, o advogado, supostamente, sugeriu que pagaria uma mesada de R$ 50 mil a Ângelo, a “título de ajuda de custo”. Joesley, no entanto, afirmou não saber se os pagamentos foram efetivados.

    Em reunião realizada em 13 ou 14 de fevereiro deste ano, com o advogado Francisco de Assis e Silva, que representava Joesley e suas empresas, Willer voltou a falar sobre “o relacionamento íntimo com o juiz Ricardo”. Segundo o relato de Francisco, o advogado teria deixado claro “que não haveria promiscuidade, que nunca tinha saído da linha ética”.

    JBS pagou honorários

    O presidente da OAB-DF, Juliano Costa Couto, teria participado de um encontro, em 14 ou 15 de fevereiro, com Joesley, Francisco e Willer, no escritório deste último. Segundo Francisco, neste encontro “novamente é falado do relacionamento de Willer com o juiz Ricardo”. “Já neste momento, o Tomaz foi contratado e foi despachar com o magistrado”, disse Francisco à PGR.

    Em uma das conversas, Willer reclamou dos honorários, que chegariam a R$ 8 milhões, em caso de êxito. “Na conversa, o advogado Tomaz reclamou dos honorários, cobrou mais por tudo que estava oferecendo e falou que um terço do que cobrou foi pro Juliano Costa Couto, um terço foi para o André (Vieira) e o restante foi para alguém que não se lembra quem foi”. A remuneração para o procurador Ângelo Vilella teria ficado em R$ 50 mil mensais.

    Citado no documento, o presidente da OAB-DF, Juliano Costa Couto, disse que ainda não teve acesso ao conteúdo completo das delações. Ainda assim, garantiu não ter exigido, recebido ou negociado qualquer valor. O advogado assegurou ainda que não contribuiu em nada para “a condução de fatos delituosos”.

    Em nota, a 10ª Vara Federal esclareceu que, por conta de sua especialização, lá tramitam mais de 20 grandes operações criminais, como a Lava-Jato, Greenfield, Perfídia, Zelotes, Acrônimo e Abate. Segundo informações da assessoria de imprensa, esse trabalho resultou “na média de uma deflagração por semana, para as quais os magistrados decretaram várias prisões e autorizaram busca e apreensão, condução coercitiva e quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático em desfavor de centenas de pessoas físicas e jurídicas”.

    Ainda segundo a vara, “várias dessas medidas foram, inclusive, decretadas em desfavor do interesse da empresa JBS, como a investigação que apura o recebimento de apoio financeiro do BNDES Participações S/A, subsidiária integral do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, bem como em desfavor da empresa Eldorado Celulose”. Na nota oficial, o juízo argumenta ainda que “todas as medidas solicitadas pelo Ministério Público Federal e/ou pela Polícia Federal foram apreciadas com brevidade e de acordo com as garantias devidas às pessoas envolvidas. Dessa forma, mostram-se infundadas quaisquer declarações do investigado Joesley Batista sobre eventual interferência na condução das investigações no âmbito da Justiça Federal de Brasília, que prejudique o andamento dos processos ou influencie a independência dos magistrados que atuam na 10ª Vara”.

  • Deu no D.O

    • A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar. 
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