O fim das benesses federais, o pânico e as mentiras para envolver Flávio Dino na Lava Jato
Em pânico com a ameaça de perder a última tábua de salvação, o grupo Sarney tenta a todo custo, e desesperadamente, uma sobrevida ao buscar de qualquer maneira – por mais mentirosa que seja – envolver o governador Flávio Dino no escândalo que pode levar ao impeachment do presidente Temer.
Diante do naufrágio iminente, os sarneysistas se apegam à desconstrução caluniosa do governador para evitar as profundezas a que se destinam sem os cargos e verbas federais, com os quais pretendiam navegar em condições de disputa até 2018.
E assim se dividem entre a defesa pueril e silenciosa do presidente para não enfrentar os mares bravios da opinião pública, e a tentativa de fazer uma tempestade em um copo sem água ao embeiçar práticas de corrupção a Flávio Dino, na expectativa de desacreditar o seu projeto de transformação igualando-o a José Sarney e Edison Lobão, investigados pela Lava Jato e a Roseana Sarney, que responde na Justiça por formação de quadrilha – dentre outros crimes – acusada pelo Ministério Público de desviar R$ 1 bilhão dos cofres públicos, no que ficou conhecido como Máfia da Sefaz.
Mentiras singelas
Enquanto o presidente da Comissão de Ética do Senado, o senador João Alberto (PMDB) na impossibilidade de defender eticamente a inocência de Michel Temer das acusações provocadas pela gravação do convescote da madrugada com o delator da JBS, Joesley Batista, dá uma de tolo, o deputado Hildo Rocha (PMDB) apela para a ignorância típica de quem conjuga a vileza ao vazio das próprias mentiras, em conluio com os obedientes satélites midiáticos da famiglia.
Em entrevista ao Jornal Nacional, na noite de sexta-feira, o nosso glorioso senador disse não vê nada nos áudios que possam pesar contra o presidente, e justificou a sua passividade frente aos crimes relatados pelo empresário à sua delicadeza em não querer tratar mal as pessoas.
– Quem conhece o Temer de perto, sabe que ele além de ser um jurista muito competente, é um cidadão muito delicado. O Temer procura sempre tratar bem as pessoas, o que eu vi ali é o Temer não querer tratar mal a ninguém. Pelo que eu vi pelos áudios, eu não vejo nada contra o Presidente da República. Mas eu acredito que não pese nada contra ele. Pesa, sim, a República se recuperando – afirma o singelo senador, denunciado pela imprensa de promover a morte indiscriminada de bandidos e pessoas sem passagem pela Polícia (Operação Tigre), quando ocupou o governo do Maranhão em 1990.
A singeleza e o servilismo de João Alberto aos interesses do sem mandato José Sarney fazem parte do mesmo manual que orienta os náufragos a proferir impropérios para aliviar o desespero, também utilizado por Hildo Rocha e outros à estibordo, sem nenhuma terra à vista, somente um mar sem fim.
Degenerescência e insensatez
Depois de acusarem – e criar um fato protocolando no Supremo Tribunal Federal um pedido de investigação – o governador Flávio Dino, irmão do vice-procurador-geral da república, Nicolau Dino, de ser beneficiado pelo vazamento de informações da delação do ex-funcionário da Odebrecht, José de Carvalho Filho, os insensatos da nau oligárquica içaram suas velas como se tivessem visto o Monte Pascoal com a prisão do procurador da República, Ângelo Goulart Villela, e do advogado Willer Tomaz, envolvidos no escândalo da JBS.
Com vento em popa, abriram o boqueirão para cingir o governador e o seu irmão nas suspeitas que recaem sob a dupla de negociar propina para proteger os interesses dos batistas na Justiça. Villela fazia parte da força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga a JBS e suas subsidiárias em esquema de uso irregular de dinheiro dos fundos de pensão.
“Assessor do irmão de Flávio Dino é preso pela PF”, destacaram unissonante, como se a prisão do procurador fora motivada por algum ato ilícito no âmbito do TSE, onde o procurador também atuava na Procuradoria Geral Eleitoral, comandada por Nicolau Dino.
Depois acrescentaram ao desconexo a mentira deslavada, noticiando que Willer Tomaz é advogado de Flávio Dino. Até se verdade fosse, seria o mesmo que condenar o advogado pelo crime do acusado ou vice-versa.
Para completar a fábula e antes de submergir na sua própria insignificância, o timoneiro Hildo Rocha mantém o prumo de suas ignomínias ressaltando que as prisões reforçam a sua tese de vazamento da delação da Odebrecht em favor do governador.
– Vai ficando cada vez mais claro com a prisão do advogado de Flávio Dino e um auxiliar do seu irmão, que é procurador da República, que ele foi, com fortíssima evidência, beneficiado com o vazamento de informações, o que se configura crime. O auxiliar do seu irmão e o seu advogado foram presos por terem passado informações da Operação Lava Jato para os proprietários da JBS – soçobrou.
Mas como diz trecho do livro Dom Quixote de La Mancha:
– Os cães ladram, Sancho. É sinal de que estamos avançando !