Não se trata de questionar 0 aviso de “não doador” exibido na carteira da Ordem de Advogados do Brasil/MA, do prefeito de São Luís Eduardo Braide. Mas o de observar com a devida responsabilidade jornalística que o gestor se distingue do cidadão, pai de família, etc. Especialmente quanto à sua postura pública.
Neste caso, não nos interessa os motivos que o fez não somente assentar, mas incluir a carteira da OAB, dentre os documentos de registro de sua candidatura a prefeito de são luís encaminhados ao TRE/MA em 2000.
O que não se admite é na condição de gestor é impedir que a sociedade discuta a questão da doação de órgãos. Sequer nesse mês de setembro, quando de campanha internacional de conscientização, a prefeitura de São Luís moveu uma palha, apesar de 190 pessoas à espera de transplantes de rim ou fígado.
Embora a coordenação de todo o fluxo de doação e transplante seja do governo do estado, as prefeituras têm obrigação de promover palestras e abrir debates em escolas, postos de saúde, etc. Importante ressaltar que não se trata de impor um conceito, muito menos o de convencer. Mas o de fazer pensar.
Um exemplo – e que aqui faço questão de parabenizar sem qualquer alinhamento político/editorial – são as ações promovidas pelo governo do estado do Maranhão, Assembleia Legislativa, Hospital Universitário
Governo promove setembro verde no aeroporto
Assembleia: sessão solene aos 25 anos de transplante no MA
Se a prefeitura de São Luís fizesse sua parte, o Maranhão daria um salto muito maior do que deu nos últimos três anos no ranking nacional de doação e transplantes de órgãos. O estado saiu do 27º lugar em 22 (um dos piores do país), com 1,7 doadores efetivos por milhão de habitantes, para 13ª posição em 24, chegando a 8,2 doadores por milhão.
Apesar do Brasil se destacar por ter o maior programa público de transplante no mundo, o país ainda enfrenta dificuldades em diminuir afetivamente a lista de espera. Cerca de 78 mil pessoas aguardam por um transplante de rim, córneas e fígado, as maiores demandas registradas pelo Ministério da Saúde.