Em seu discurso político na defesa dos professores grevistas de São Luís, na sessão da Assembleia de ontem (29), o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) mostrou nenhuma preocupação com a situação dos alunos da rede municipal de ensino, prejudicados com a paralisação.
Interessado no apoio de parte da categoria, o deputado perdeu a racionalidade ao analisar a situação social e administrativa da questão. Para o ex-candidato a prefeito de São Luís, os maiores prejudicados com esta grave são os professores e não os alunos. Ele chegou a lamentar o fato dos profissionais perderem as férias para repor as aulas perdidas.
“Ora, senhores, os mais prejudicados em uma greve dessas são os professores, porque se paralisarem as suas atividades, a Lei de Diretrizes e Bases estabelece que você tem que ter no mínimo 200 dias de aula por ano. A primeira greve que aconteceu lá atrás, eles me corrijam se eu estiver errado, a reposição só terminou no começo deste ano e quem acaba pagando isso por ter que voltar para sala de aula quando poderia estar de férias ou outro período, são exatamente os professores”.
A nível de comparação: ao decretar a ilegalidade da greve o desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão, Ricardo Duailibe, afirmou em sua decisão que o interesse da classe não pode prejudicar o bem comum dos estudantes. Pelo visto, Braide pensa bem diferente…
A bem da verdade – quem deveria estar preocupado era o prefeito. Afinal de contas, a responsabilidade é dele. Mas, ao que parece, ele não está nem um pouco preocupado com isso – nem com todo o resto