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    Deu no D.O.

    Depois de ler a coluna Deu no D.O. de final de ano, é até capaz de você pensar que Papai Noel existe. Da big festa do aniversário de São Mateus ao suplemento alimentar de Timon, os contratos assinados nos últimos 2 meses do ano superam qualquer pé de meia, onde segundo o rito, são colocados os pedidos ao bom velhinho. As confraternizações também ocorreram em Pinheiro, São José de Ribamar e Paço do Lumiar. Deus seja louvado…

    A vida é uma festa I – Não, Ômicron não é nenhum nome de banda contratada pela prefeitura de São Mateus para comemorar os 60 anos do município e ao mesmo tempo se despedir de 2021. De acordo com as notificações do Diário Oficial, os shows de peso – de ouro – são os de Thierry (170 mil), Aline Barros (123 mil e alguns trocados) e Marcynho Sensação (65 mil). Total da brincadeira: 360 mil reais.

    A vida é uma festa II – Essa grana é referente aos contratos com as empresas produtoras de eventos Tierry Produções Artísticas Ltda., Dux Consultoria e Eventos Ltda.- ME e G. S. Costa – ME, responsáveis pelas apresentações de Thierry, Aline e Marcynho, respectivamente.

    A vida é uma festa III – A prefeitura também assinou outros dois contratos. Um com a  L&L Promoção de Eventos LTDA (384 mil) e outro com a Castelo Branco Serviços Corporativos Ltda. – ME (324 mil). Além de engrossar a programação com outras bandas, as empresas devem fornecer tendas, palco, som, segurança e banheiros químicos.  

    A vida é uma festa IV – Com preço final de 1 milhão de reais, a festa começa nesta segunda, 27, com Marcynho Sensação e Thierry. Aline Barros se apresenta dia 29, quarta-feira. A Ômicron não é nome de banda, mas como adora uma aglomeração…

    O aniversário de 60 anos de São Mateus custou mais de 1 milhão de reais. Confira todos os contratos pagos por uma população agradecida, crente que a festança é obra de um a prefeitura boa de festa.

    Contrato Thierry

    Contrato Aline Barros

    Contrato Marcynho Sensação

    Contrato L&L Promoção de Eventos

    Contrato Castelo Branco Serviços

    Tráfego intenso I – Enquanto São Mateus faz a festa, Pinheiro aproveitou os últimos suspiros de 2021 para meter o pé na tábua. Entre os dias 11 e 29 de novembro, a prefeitura assinou oito contratos para locação de veículos até janeiro de 22. O aluguel da frota – só pode ser uma frota – por dois meses saiu por 4,5 milhões de reais.

    Tráfego intenso II – Nesse período as camionetes, carros de passeio e vans ficarão por conta das empresas F.R. Marques Eireli e W.A. Locação Ltda.; cada qual com 3 contratos somados em 925 mil e 572 mil, respectivamente.

    Tráfego intenso III – Em números redondos, os outros 3 milhões foram divididos entre os veículos pesados da Ingeo Ambiental Ltda e os ônibus ou algo que o valha da M.A.S. Lavra. A primeira faz a limpeza pública entre 11 de novembro e 11 de janeiro por 1,7 milhão de reais; a segunda o transporte escolar por 1,3 milhão.

    Santo Padroeiro I – Abençoada pela prefeitura de São José de Ribamar, a N.T.C – Treinamentos, Eventos e Serviços Ltda. Foi contratada com dispensa de licitação para ministrar cursos on-line (dois módulos/4 horas cada) para os servidores da rede municipal de ensino.

    Santo Padroeiro II – Ao preço de 900 mil reais, o curso em ambiente virtual objetiva resultados educacionais nas áreas de planejamento e monitoramento com base em indicadores e avaliação de desempenho da escola.  A N.T.C tem muito o que ensinar…

    Acredite se quiser I – Paço do Lumiar é terra de encantado. O Instituto Euvaldo Lodi faturou 253 mil reais para prestar serviços de recrutamento de 80 de estagiários para o combate à Covid, porque simplesmente foi a única empresa que respondeu à solicitação de preços enviada por email pela prefeitura do município.

    Acredite se quiser II – As instituições IBPG, Superestágios e Fundatec não apresentaram qualquer proposta, segundo parecer jurídico favorável à contratação direta do Eudalvo Lodi. Mole, mole…

    Vitamina – Enquanto isso em Timon, a S. P. Comercial e Distribuidora arrematou 3,5 milhões de reais pelo fornecimento de kits de suplementação de alimentação escolar para atender todas as séries da rede municipal de ensino. Tudo no prazo de 10 dias; entre 21 e 31 de dezembro!

    Confira contratos

    FOLHA: Defesa gasta verba da Covid para comprar filé mignon e picanha, diz TCU

    Ministro Walter Braga Netto acompanha operação da Marinha em Formosa (GO), em 16 de agosto deste ano – Pedro Ladeira – 16,ago.21/Folhapress

    Matéria publicada pelo jornal Folha de São de Paulo, disponível na versão digital) revela que O Ministério da Defesa gastou recursos destinados ao enfrentamento da Covid-19 para a compra de filé mignon e picanha. O jornal teve acesso ao levantamento sigiloso realizado pela Selog (Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas), do Tribunal de Contas da União.

    Segundo informações obtidas pela Folha, foram gastos R$ 535 mil em filé mignon, picanha e outros itens considerados de luxo.

    A auditoria foi aberta para investigar supostas irregularidades na aquisição de gêneros alimentícios desde 2017. Mas o que chamaram a atenção dos técnicos do TCU foram os gastos durante a pandemia em 2020.

     “A análise foi autorizada pelo ministro Walton Alencar Rodrigues, relator do caso na corte. Os auditores esperavam que, como consequência do regime telepresencial de trabalho, houvesse redução de gastos com alimentação.

    Não foi o que ocorreu com o Ministério da Defesa, que, ao contrário dos Ministérios da Educação e da Saúde, aumentou essas despesas”, escreve Constança Rezende, jornalista que assina a matéria.

    Além das carnes vermelhas, o rancho militar ainda teve bacalhau, salmão, camarão e bebidas alcoólicas.

    A pandemia já matou mais de 600 mil brasileiros.

    A fome nem se fala…

    Leia a matéria da Folha AQUI

     

     

    Academia se finge de morta, como se morta já não estivesse, ao ignorar resgate de massacre de negros

     

     

    A indiferença da Academia Maranhense de Letras e das universidades públicas e privadas ao regaste de um  massacre de negros, ocorrido em São Luís ,dia 17 de novembro de 1889, durante protesto contra a proclamação da República, é um atestado de péssima qualidade de produção acadêmica ou um sintoma de egocentrismo combinado com desfaçatez. O resgate é obra do sociólogo Matheus Gato em O massacre dos libertos: raça e República no Brasil (1888-1889).

    Considerada pela Câmara Brasileira do Livro, uma das cinco melhores publicações na área de ciências sociais do ano, o livro de Matheus nos permite perceber como o cancelamento do massacre de 17 de novembro alcançou o século XXI, em um processo de retroalimentação contínuo ao longo de 132 anos. Apesar de documentos, matérias de jornais e relatórios testemunhais, inclusive Josué Montello, em Os Tambores de São Luís, confirmarem que a fuzilaria do exército deflagrada sobre a multidão deixou vários mortos e feridos.

    Prontuário da Santa Casa de ‘Mizericordia’ registrou que neste dia deram entrada no hospital 11 pessoas negras com ferimento à bala, das quais 4 tiveram pernas ou braços amputados e outros 4 vieram a óbito.

    A reconstrução de época e a maneira com que Matheus Gato tenciona suas fontes atendem à análise sociológica e histórica do racismo a que o estudo se propõe. Sem qualquer pretensão de fazer um exame crítico ou de demonstrar concordância ou não à tese apresentada, vamos tão somente apontar o que nos causa perplexidade enquanto leitor, talvez um pouco mais atento.

    E o faço não por vontade própria ou decisão profissional enquanto jornalista. Mas por instinto de sobrevivência. O compadrio, essa espécie de escambo de gentilezas, presente na política, nas artes, nas diversas áreas da expressão humana, motivo do atraso e da pobreza do Maranhão, um dia ainda te engole.

    Matheus não registra ter encontrado documento raro, escondido, enterrado ou perdido em meio ao abandono do patrimônio histórico e cultural de São Luís; para que se possa considerar o morticínio uma descoberta. Tampouco uma releitura da história na perspectiva dos negros.  

    A propósito de tirar o seu da reta, sopesar a morte de pessoas como uma questão subjetiva, é colocar a corda no pescoço.

    Pobre, porém francesa

    O que é um massacre de negros diante da ameaça de São Luís não ter sido fundada pelos franceses ? Bastou um livro jogar por terra um mito que alimenta a altivez postiça do ludovicense, para que meio mundo viesse abaixo.

    Jornalistas e acadêmicos de pequenos, grandes e falsos costados, formaram uma corrente pra frente para combater publicamente os estudos da professora Maria de Lourdes Lauande Lacroix, reunidos no livro A Fundação Francesa de São Luís e seus mitos.

    No entanto, independente da inexistência de qualquer menção aos franceses como fundadores na historiografia maranhense dos séculos XVII, XVIII e XIX, conforme aponta Lacroix, o mito se sobrepôs à História.

    Além do intenso debate público envolvendo jornalistas e acadêmicos, através de artigos publicados na imprensa entre 2001 e 2005 (Leia aqui o interessante artigo de Jhonatan Uelson Pereira Sousa, publicado em 2007 no periódico Outros Tempos, do curso de História da UEMA), a controversa ainda foi motivo de ciclo de estudos promovido pela UFMA em 2012, quando dos 400 anos da capital maranhense.

    Em 2017, no aniversário de 405 anos, o historiador Antônio Noberto, defendeu a fundação e lamentou o fardo da cidade também não ter sido colonizada pelos franceses,

    Segundo o professor do departamento de História da UFMA, Flávio Reis, a historiografia maranhense se caracteriza por trabalhos laudatórios e repetitivos, que se faz através de uma simples repetição canônica de autores, povoando a história de sombras, personagens, fatos e processos irreais.

    (Para melhor compreensão desse período leia aqui o interessante trabalho de Jhonatan Uelson Pereira Sousa, publicado em 2007 no periódico Outros Tempos, editado pelo curso de História da UEMA)

     

    A indiferença da Academia Maranhense de Letras é muito mais pelos nomes de confrades consagrados que a pesquisa de Gato revela, do que por não saber onde esconder a cabeça. Não é do feitio das academias dar satisfações aos pobres mortais. O que não significa que não tenham que fazê-lo, sob o risco de uma autofagia delirante.

    Afinal, como explicar – sem apelar para a ultrapassada mentira mil vezes repetida de Goebbels – que um massacre de negros, considerado um marco na formação de uma cidadania negra no Brasil, ficar cancelado por 132 anos?

    Mateus Gato diz que parte desse silêncio “se deve ao sucesso dos republicanos maranhenses em subtrair o conflito da memória histórica e política brasileira”.  

    LEIA MAIS

    Ninguém quer ser um treze de maio”: Abolição, raça e identidade nacional nos contos de Astolfo Marques (1903-1907)

    Tempo e melancolia: república, modernidade e cidadania negra nos contos de Astolfo Marques (1876-1918)

    O massacre de 17 de novembro: Sobre raça e a república no Brasil

     

    O caso do poeta Sousândrade, autor de O Inferno de Wall Street, neste sentido, é emblemático.  Primeiro, distribui suas terras entre os libertos, quatro dias após o massacre. Pouco mais de um mês depois, passa o recibo aos cidadãos maranhenses, aconselhando-os a dar o episódio por esquecido:

    Se algumas horas perturbadas demorou-se o dia do Maranhão, não importa – aí estamos todos rejuvenescentes à luz divinal feita ao conjunto de todas as virtudes, à alegria da ordem, à alegria do progresso, à alegria do trabalho, à alegria da honra, à alegria do direito e à benção das leis” (F.G. Williams; J. Moraes (orgs.),Poesia e Prosa Reunidas de Souzândrade, p.514)

    Tantas foram as alegrias, as luzes divinais e as mortes de negros que ele define como horas perturbadas, que em 1898 nos dez anos do regime republicano, o poeta se viu obrigado a vender as pedras dos muros de sua própria casa para ter o que comer, conforme registra um outro ensaio de Matheus, Tempo e melancolia: república, modernidade e cidadania negra nos contos de Astolfo Marques (1876-1918).

    As desilusões de Sousândrade estão expressas em duas estrofes amargas do longo poema Harpas de Ouro, dedicado ao décimo aniversário da límpida República sem as manchas de sangue negro, que o poeta ajudou a cancelar.  

    E eis minha casa, miniatura/ República: o pão…me dar/ Pedras a Vitória, e doçura…/ Nessum maggior dolore, a olhar/ Sorrindo à esperança, que ventura/ Quão docemente a de chegar!

    Armas com que fiz a república/ Pontas voltaram contra mim/ Antes deixasse a raça lúdrica/ Em seu hediondo chifrim (Sousândrade, 2003,pp.440,445).

    O processo de desapreço à vida do negro iniciado pelo poeta, teve no duplamente imortal (ABL e AML) Viriato Correia, a sua face mais horrenda. Em Pela Redentora, crônica publicada em 1927, ele nega o massacre, não pelo massacre em si, mas pelo viés de quem foi massacrado.

    Na crônica, que integra a antologia O Brasil dos Meus Avós, Correia defende o caráter pacífico da passagem da Monarquia à República, sob a singela argumentação de que “sangue anônimo, sem importância política, sem vulto histórico, derramou-se algum naqueles primeiros dias de queda do Império”.

    Pela Redentora inaugura o processo de retroalimentação cega dos fatos. Viriato Correia não só acentua o cálculo sousandrino do valor do sangue, de acordo com o corpo por onde ele corre, como descreve inteiramente o 17 de novembro com base em relatório escrito pelo alferes Antonio Raimundo Bello, militar responsável pela ordem de fuzilamento aos manifestantes.

    O livro por trás do resgate de massacre de negros no MA

    Em 17 de novembro de 1889, ocorreu no Maranhão, na cidade de São Luís, um grande protesto popular, majoritariamente de negros, contra o golpe militar que dois dias antes estabelecera a República no Brasil.

    Os manifestantes acreditavam que o objetivo era destituí-los dos direitos conquistados com a Abolição, cerca de um ano e meio antes, e reescravizar a gente de cor. Quando tentaram invadir e depredar um jornal republicano, uma tropa destacada para proteger o edifício realizou uma descarga de fuzil e, de acordo com números oficiais, matou quatro pessoas e deixou inúmeros feridos.

    O episódio é conhecido como o Massacre de 17 de Novembro e, junto com outros incidentes envolvendo violência e racismo ― como a destruição do pelourinho de São Luís e as prisões e torturas que seguiram o protesto ―, é descrito em “A nova aurora”, novela histórica publicada em 1913. Uma das imagens mais recorrentes acerca da instauração do regime republicano é a do povo bestializado, apático, sem tomar posição diante do golpe de Estado que encerrara o longo reinado de d. Pedro II.

    Que alternativas e limites políticos e culturais uma sociedade egressa da escravidão poderia oferecer para realizar as promessas de uma cidadania sem distinção de cor, linhagem e origem social?

    Astolfo Marques, um escritor negro que pensou o país a partir do velho norte agrário, lidou com esses impasses fazendo da escrita um espaço criativo em que alia pesquisa documental, relatos orais, ficção e lembranças pessoais, construindo, em “A nova aurora”, uma narrativa aberta a múltiplas vozes, que nos convida a questionar os muitos apagamentos de nossa memória republicana.

    Onde comprar

    A linguagem do alferes, segundo Matheus, “conjuga os preconceitos sobre o povo ao imaginário da insurreição, descrevendo os manifestantes como amotinados, uma multidão, grupos armados e revoltosos que teriam abalado a ordem e a tranquilidade de São Luís, caso tivessem sucesso no ataque aos republicanos.

    Se Viriato Correia foi horrendo, a contribuição de Mário Meireles à cadeia alimentar negacionista é a mais nociva.  A conjugação do verbo ser no presente, não é à toa.

    O seu  História do Maranhão é uma obra aclamada, prestigiada com duas edições ampliadas, que é,  como bem diz Matheus Gato,  “uma citação obrigatória nos estudos historiográficos sobre o estado”.  O que Meireles diz, propaga-se pelas cabeças de vento, sem qualquer questionamento.  

    No famoso livro, lançado na década de 50, ele descreve o conflito como um fato sem maior gravidade e que a interferência da polícia apenas dispersou os manifestantes.

    De acordo com Meireles, a ideia de massacre e o boato dos fuzilamentos eram exageros da mente popular. Uma fofoca que só serviu para criar um ambiente de hostilidade contra a República.

    Onde já se viu uma coisa dessa? Mais de 50 anos depois, com relatórios até de quem comandou o fuzilamento, gente presa, prontuário hospitalar, um sujeito que se diz historiador publicar em livro que um massacre com 4 negros assassinados e 4 amputados é fofoca ?!

    Constatamos que nas nove páginas do capítulo (25o)  dedicado à adesão do Maranhão à Republica, os primeiros governos provisórios e a Constituição Estadual do MA, a palavra negro não aparece nenhuma vez. Sequer nos dois pequenos parágrafos sobre ambiente na capital com a notícia do golpe de Deodoro da Fonseca.  

    A única anormalidade ocorrida foi uma manifestação de escravos, recentemente libertos, contra Paula Duarte, o único republicano no novo governo, e isso porque se dizia que o novo regime vinha para tornar sem efeito a Lei Áurea. Indo os manifestantes contra a redação de O Globo, seu jornal, a polícia interferiu imediatamente, dispersando-os; isto na véspera da adesão. Mas a circunstância de, na boca do povo, ter ocorrido tal incidente, aliás sem maior gravidade, como se houvera sido um massacre – os fuzilamentos do dia 17, dizia-se – concorreu para um ambiente de frieza, indiferença e desconfiança, se não hostilidade, contra a República. ( Mário Meireles, História do Maranhão, p.269).

    Um outro prócere citado em O massacre dos libertos, que também nos salta os olhos, é o desembargador Milson Coutinho.  Em Subsídios para a História do Maranhão, publicado em 1978, o ex-presidente do TJ não nega as mortes e os feridos, mas constrói uma narrativa absurda e prontamente enfrentada por Gato.

    A maior delas é a invenção de que havia algum ex-barão do Império por trás dos protestos, associando essa possibilidade ao fato de nenhum culpado ter sido encontrado.  No entanto, o quarto capítulo do livro de Matheus, registra a prisão do político conservador João Henrique Vieira da Silva. Integrante da situação governista destronada pelo golpe. Ele foi considerado culpado e preso por crime de contrarrevolução.

    Entrevista/Matheus Gato: Literatura X Negacionistas

    Trabalho acadêmico realizado com incomum primazia no uso de ferramentas literárias para reconstruir um acontecimento subtraído da “memória histórica e política brasileira”, Matheus resgata a um só tempo o massacre e o autor do relato sobre o massacre, o escritor negro e também esquecido, Astolfo Marques. Em companhia de Antônio Lobo, Marques é um dos fundadores da casa que hoje abriga os imortais da hora.

    O massacre dos libertos teve origem com a leitura de A Nova Aurora, novela lançada em 1913, que reconstrói em cores vivas o massacre de 17 de novembro. Matheus Gato tem dedicado especial atenção ao estudo da obra de Astolfo Marques.

    O escritor maranhense foi objeto de sua dissertação de mestrado (Negro, Porém Republicano – Investigações sobre a trajetória de Astolfo Marques) e tese de doutorado (Racismo e Decadência – Sociedade, Cultura e Intelectuais do Maranhão), defendidas na USP em 2010 e 2015, respectivamente.

    A relevância do trabalho de Gato é o seu comportamento perante o objeto pesquisado. Organizou a coletânea O 13 de Maio, com contos dispersos e desconhecidos de Marques, lançada pela Editora Fósforo, e foi o responsável pela reedição de A Nova Aurora, pela editora Chão.

    Lançados em maio e novembro deste ano, os livros tiveram forte repercussão nacional e completo desprezo dos sábios da taba Timbira. O jornalista Janio de Freitas (Folha) saudou a coletânea publicada na estreia da Ed. Fósforo como “literatura e história combinadas na estirpe machadiana do esquecido maranhense Astolfo Marques”.

    Academia Maranhense de Letras fingiu-se de morta, como se morta já não estivesse. Talvez tenha se sentido ofendida.  

    O site oficial da entidade dos imortais dedica 7 linhas ao escritor, sem nenhuma referência à qualidade de sua obra. Ressalta, além do nasceu/morreu, foi isso/foi aquilo, que “de origem humilde,[Astolfo Marques] lutou bravamente nos começos para galgar uma posição de destaque  na vida social e literária de sua terra, conseguindo-o a                golpes  de esforço estrênuo e aplicação indormida”.

    O reconhecimento literário de Astolfo Marques deveria ser motivo de orgulho. Muito mais aos acadêmicos. Os elogios dirigidos ao escritor refletem e revigoram a imagem da ACM ameaçada, inclusive no Maranhão, de desaparecer por omissão e insignificância.

    A valorização, no entanto, expõe a mediocridade da Casa.  Vídeo sobre Astolfo Marques da série Os Imortais da Academia Maranhense de Letras, parceria da ACM, Fundação Nagib Haickel e Assembleia Legislativa do Maranhão, chega a ser um atentado ao pudor.  Vinhetinha, edição, tudo no lugar. O texto narrativo e os depoimentos são de uma generalidade vergonhosa, ainda mais em se tratando de uma produção com o selo da Academia Maranhense de Letras.

    Seria mais honesto relatar que há poucas informações disponíveis sobre o autor. Ou melhor ainda, suar um pouco a camisa e pesquisar os jornais da época no site da Biblioteca Nacional. Mais fácil ainda, dava um google. A produção é de 2013, a dissertação de mestrado de Matheus Gato é de 2010. A Biblioteca Digital da USP disponibiliza teses e dissertações.

    E os depoimentos? Esses, então, nem se fala. A sensação que se tem é que não leram nada de Astolfo Marques, pois os comentários da pesquisadora Mundinha Araújo e do jornalista Manoel dos Santos Neto são genéricos, banais, até mesmo incondizentes com o que os credenciou a participar do documentário.

    O enrrolêchon se agrava e toma outra proporção quando o jornalista, ao comentar o romance A Nova Aurora, não faz nenhuma referência ao massacre de 17 de novembro de 1889. E no reducionismo com que ambos consideram Astolfo Marques um autor moderado, que não contestava abertamente a sociedade.

    O que será que eles pensam de Machado de Assis, a quem a ironia do maranhense está sendo comparada?

    O vídeo enrrolêchion promovido pela AML sobre Astolfo Marques

    Vejamos A comunhão de Romualdo, conto sobre um preto escravizado, que nunca se confessara uma vez na vida. No entanto, sabia que naquele domingo de páscoa de 1888, não iria consegui escapar da confissão. Foi o próprio fazendeiro quem garantiu ao padre que Romualdo iria ao confessionário com direito ao jejum obrigatório da comunhão.

    Com pavor de “sofrer de fome com o jejum, privação obrigatória na fazenda pela Páscoa”, Romualdo não pensou duas vezes e na madrugada foi até o poleiro e, sem que ninguém o visse, matou e comeu um dos galos mais belos do seu senhor. Na manhã seguinte estava armada a confusão entre os escravos.

    Sacrilégio! Bradaram. Comer antes de tomar o senhor.

    Mas o Romualdo explicou-se, procurando mostrar que tinha a razão ao seu lado. Ouvira falar que um galo anunciara o nascimento de Cristo, e fora por isso que achando que o seu estômago, que nunca recebera o corpo do Senhor, estranharia a visita, se ela não fosse precedida da dum galo anunciante, por isso tomara tal resolução.  

    E ainda se saiu com esta:

    Então que vocês queriam ? Eu havia de botar galo pra dentro por cima do Nosso Senhor?! Deus Nosso Senhor é que devia ir por cima do galo!

    E aí, será que além da esperteza, da chacota, o conto não bate de frente com a Igreja? O dia da confissão, podia ser qualquer um, mas Astolfo o situa em um domingo de páscoa, da ressureição, do almoço em família. Ou seja, a recusa do escravo Romualdo em se confessar, é a resistência do negro à religião católica.

    E o galo? É uma questão de valor. Se o fazendeiro estava obrigando-o a aceitar goela abaixo uma religião, ele não só comeu, ele matou e comeu, não uma galinha, mas um dos galos mais belos do seu senhor!

    Observem que o conto foi publicado em 1906. E ainda vem me dizer, que ele é moderado, escreve gostosinho e não bate de frente em ninguém?!?

    Moderado sou eu. Astolfo pega, mata e come!

    Apertem o play no quadro abaixo e leia A Última Sessão, conto sobre o comportamento da Câmara de São Luís, durante a mudança de regime.

    Chico Carvalho diz que denunciará à população caso ausentes à reunião estejam boicotando CPI

    Desabafo do presidente foi feito após fracassar tentativa de aprovar o regimento da comissão
    Chico Carvalho, presidente da CPI do Transporte Público de São Luís

    Por Henrique Bois da Central de Notícias

    O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do transporte público de São Luís, vereador Chico Carvalho (PSL), disse nesta sexta-feira, 10, que se perceber que está havendo boicote dos colegas vai reagir. “Estão querendo prejudicar o usuário do sistema de transporte coletivo, não estão querendo prejudicar o Chico Carvalho. Se percebermos isso, vamos convocar a imprensa e a população para dizer o que está acontecendo”, disse Carvalho.

    Por falta de quórum a Comissão deixou de realizar sua primeira reunião, marcada para a tarde de quinta-feira,9, na sede da Câmara em São Luís. Além de Carvalho somente o vereador Álvaro Pires (PMN) esteve presente para dar continuidade aos trabalhos. Com exceção do vereador Otávio Soeiro (Podemos), que alegou questão de saúde na família, os outros membros não justificaram as ausências. Além de Carvalho e Soeiro integram a CPI os vereadores Astro de Ogum (PCdoB) e Jonathan Alves, do Coletivo Nós (PT).

    Essa primeira reunião tinha como objetivo aprovar o regimento, que norteará o funcionamento de todo o trabalho da CPI. Uma minuta deste regimento foi repassada para todos os membros da Comissão para que fosse analisado, somente então poderia ser aprovado. Na mesma ocasião deveria ser aprovada a ata da reunião de instalação da CPI. O procurador da Câmara acompanhará os trabalhos da comissão.

    A CPI tem prazo de funcionamento de 60 dias, podendo ser prorrogada por período semelhante. Independente do recesso parlamentar da Câmara de São Luís, os trabalhos da Comissão terão continuidade até sua conclusão com apresentação do relatório.

    Jonathan e Astro faltam à reunião de abertura da CPI

    Uma nova reunião foi convocada pelo presidente Chico Carvalho para a próxima terça-feira, 14, às 15 horas, no Palácio Pedro Neiva de Santana, na Praia Grande. “Agora a população ter que ir para cima da Câmara para ver o que está acontecendo. Eu não sei dizer o que está acontecendo”, afirmou Chico Carvalho.

    Chico Carvalho rebate as acusações de subserviência ao prefeito Eduardo Braide (Podemos) de quem afirma apoiar com independência. “Não da base do prefeito não. As pessoas estão metendo isso na cabeça para diminuir a imagem da Câmara e de alguns vereadores. Nós estamos imbuídos do melhor propósito para que a gente ofereça um transporte de qualidade para nossa população. A CPI não tem objetivo de prejudicar o atual prefeito. Se tiver de prejudicar será o anterior”, afirmou o presidente.

    “Algumas pessoas da imprensa estão chamando da CPI de Chico Carvalho. A CPI é da Câmara Municipal de São Luís com assinatura de 11 vereadores. Cumprimos todas as exigências da Lei Orgânica do Município, da Constituição. Se alguém está trabalhando para não ter a CPI, está prejudicando os usuários do transporte coletivo”, pontuou o vereador decano da Câmara de São Luís.

    PF suspeita que R$ 400 mil apreendidos com empresário na saída do BB do Jaracati iriam para Maranhãozinho

    Vídeo de 2020 gravado pela PF flagra Josimar Maranhãozinho com caixa de dinheiro

    Marcelo Rocha (FOLHA)

    A Polícia Federal apreendeu R$ 400 mil em poder do sócio de uma empresa do Maranhão e investigadores suspeitam de conexão do caso com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL-MA).

    O portador dos valores, retidos em maio deste ano em São Luís, aparece ao lado de Maranhãozinho entre os alvos de um inquérito que tramita sob sigilo no STF (Supremo Tribunal Federal).

    Em seu primeiro mandato na Câmara, o deputado do novo partido do presidente Jair Bolsonaro é suspeito de desviar recursos de emendas parlamentares voltadas para a área da Saúde.

    No final de 2020, ele foi flagrado pela PF manuseando maços de dinheiro em seu escritório político na capital maranhense. As cenas foram captadas por uma câmera de vídeo instalada no local pelos policiais federais após autorização judicial.

    A ação policial referente aos R$ 400 mil ocorreu, portanto, cerca de seis meses após o escritório do parlamentar ter sido alvo de mandado de busca.

    Por meio de assessoria de imprensa, Maranhãozinho afirmou à Folha que todo o relacionamento com o empresário sob suspeita “foi pautado pela ética e transparência”.

    […]

    O inquérito que corre no Supremo sob sigilo desde o ano passado tem como um dos investigados Francis Santos da Silveira, um dos sócios da empresa Atos Engenharia.

    Em 6 de maio, Silveira se dirigiu a uma agência do Banco do Brasil no bairro de Jaracati, em São Luís, e sacou R$ 400 mil. Foi detido pela PF após deixar o banco.

    Interrogado sobre o destino da quantia, segundo a ocorrência policial, o sócio da Atos Engenharia disse que seria usada para pagar salários de funcionários e para a compra de material de construção. Porém, apontaram as autoridades, a versão não convenceu.

    “[Silveira] não tem controle nenhum nem informações concretas referentes à empresa, ele não soube dizer quantos funcionários há, quantos funcionários iria pagar com o valor sacado”, disse a PF.

    De acordo com a polícia, o suspeito deu “respostas vagas”, sem saber indicar quais obras estariam relacionadas aos valores sacados nem esclarecer a origem do dinheiro.

    Segundo os investigadores, ele “disse que sacou de sua conta e não lembra exatamente quais as empresas que depositaram, que esse valor já está em sua conta há quarenta dias”.

    A PF afirmou ainda que pesquisa sobre registros trabalhistas da Atos Engenharia indicou que a empresa “possui apenas um funcionário com carteira assinada”.

    “Há indícios do cometimento de delitos, principalmente no que tange a lavagem de dinheiro, visto que não se conseguiu detectar a origem”, afirmou a PF.

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    Vídeo da PF flagra Maranhãozinho dizendo que recebeu 9 milhões de Valdemar da Costa Neto

    Vídeo da PF flagra Josimar Maranhãozinho dizendo que recebeu 9 milhões de Valdemar da Costa Neto

    Depois de ser flagrado com uma caixa de dinheiro, vídeo gravado pela Polícia Federal mostra Josimar Maranhãozinho (PL-MA) contando que Valdemar cumpriu um acordo de R$ 9 milhões durante as eleições municipais de 2020. “Valdemar, segundos os investigadores, seria Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o novo partido de Bolsonaro.

    O vídeo foi divulgado pelo jornal O Globo.

    A gravação feita por meio de uma câmara escondida faz parte de uma investigação autorizada pelo STF. A PF apura se o deputado desviou verba de emenda parlamentar.

    Nas imagens registradas no dia 27 de outubro, uma pessoa não, identificada questionou o nobre parlamentar.

    — Mas está pronta a campanha, né…

    Maranhãozinho, então, respondeu:

    — Valdemar cumpriu certinho comigo (…) Sim, 9 milhões ele me deu.

    Procurado, por O Globo, Maranhãozinho não explicou a origem dos R$ 9 milhões que teria recebido de “Valdemar” nem negou a referência ao presidente do PL. Por meio de nota enviada por sua defesa, o parlamentar disse que “os vídeos foram criminosamente vazados, sendo que, neste caso, foram pinçados trechos para distorcer a verdade dos fatos” e afirmou que se “colocou à disposição dos órgãos investigativos”.

    Já Valdemar Costa Neto alegou que os recursos foram destinados a Maranhãozinho, porque ele comanda o partido no Maranhão e é o responsável por distribuir os recursos do fundo eleitoral aos prefeitos do estado. O presidente do PL encaminhou à reportagem uma planilha que relaciona as transferências do partido às campanhas dos candidatos do Maranhão em 2020. O documento aponta repasses que totalizam R$ 13,5 milhões. No entanto, segundo o arquivo, apenas R$ 4,9 milhões haviam sido transferidos até 27 de outubro de 2020, quando Maranhãozinho foi flagrado pela PF dizendo que teria recebido R$ 9 milhões do chefe da legenda.  

    Assista vídeo

     Continue lendo a matéria de O Globo Aqui

    Braide diz que “educação e cultura podem ser encontradas abundantemente na Feira do Livro”

    Braide fazendo pose com livro de jornalista da Globo, André Negreiros

    Se no título há ‘grande diversidade’; na matéria de divulgação da Feira do Livro de São Luís, há ‘pequena diversidade’ de conteúdos e os mesmos embutidos para encher linguiça de um texto vazio.

    Além das frases prontas utilizadas a cada edição da Feira, ‘ o evento deste ano conta com dezenas de stands, auditórios, espaços para crianças, etc. etc. etc.’, o leitor é premiado com uma declaração do prefeito Eduardo Braide, que não diz nada com nada, e suas fotos pousadas, segurando livros que sequer leu.

    “Fico muito feliz de estar a frente da Prefeitura neste momento em que fazemos a 14ª Feira do Livro de São Luís. Esse é um momento para unir os amantes da literatura e para celebrar a educação e a cultura, que podem ser encontradas abundantemente aqui na FeliS. Até o próximo dia 12, a população terá à disposição atrações para todos os gostos, da criança ao adulto. É um evento tradicional em nossa cidade e que, com certeza, será sucesso de público”.

    Mesmo com tanta abundancia, só sobrou para o patrono da Feira o nome e o título, “poeta ludovicense Nascimento de Morais Filho”. Nem uma linha ou link a mais. É como se a homenagem substituísse a história do homenageado. Não interessa saber quem é, basta saber que ele é patrono. Pronto, é importante.

    E o tema da Feira, “A liberdade nasce na consciência”, quer dizer bem o que? É uma frase de alguém? Talvez de um livro de auto ajuda, do tipo ‘Aprenda acabar com uma greve de ônibus, sem aumentar o preço das passagens”.

    Para completar nem a matéria, nem a programação da Feira diz que são os “grandes convidados”, somente seus nomes. Nenhuma informação sobre seus livros, que possa atrair os futuros amantes.

    Leia a programação completa Aqui.

    Polícia Federal contra Josimar. Foi Bolsonaro?

    Josimar de Maranhãozinho na mira de Bolsonaro

    No mesmo dia em que imprensa nacional divulgou que Roberto Rocha é o candidato do presidente Jair Bolsonaro ao governo do Maranhão, a Polícia Federal deflagrou mais uma operação nos escritórios do deputado federal Josimar de Maranhãozinho e na prefeitura de Zé Doca, comandada pela sua irmã Josinha Cunha.

    De acordo com em investigações que a PF já vinha conduzindo sobre o deputado, antes da deflagração deste caso, a relação de parentesco e ligações pessoais de Maranhãozinho com prefeitos e secretários municipais fazem parte do modus operandi para desvio de dinheiro em áreas como saúde e infraestrutura. A operação de hoje, segundo uma fonte, está relacionada à infraestrutura.

    Ontem, Bolsonaro se filiou ao PL, mesmo partido de Josimar. O senador Roberto Rocha, muito próximo ao presidente, cogita tomar o comando estadual do partido das mãos de Maranhãozinho para ser o candidato ao Executivo Estadual do Planalto. O deputado federal é pré-candidato ao governo do Maranhão.

    Roberto Rocha mais alegre do que pinto n o lixo durante a filiação de Bolsonaro ao PL

    Envolto em investigações da Polícia Federal, Josimar pode perder a capacidade de viabilizar seu nome para concorrer ao Palácio dos Leões. Além disso, essas operações podem minar o nome do deputado dentro do seu próprio partido.

    É aí que Roberto Rocha entraria.

    Diante de tantas coincidências, a pergunta que não quer calar é: teria Bolsonaro alguma relação com a operação da Polícia Federal contra Maranhãozinho?

    Essa briga pelo PL e pelo espólio de Bolsonaro no Maranhão promete agitar os bastidores da política estadual até o meio do ano que vem.

  • Deu no D.O

    • A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar. 
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