
Os pré-candidatos bolsonaristas aos governos dos estados de Minas Gerais, Piauí, Bahia, Pernambuco e Tocantins estão adotando a mesma tática de Weverton para proteger o presidente Bolsonaro e a si mesmo do desgaste provocado pela nacionalização das campanhas estaduais.
A diferença é que ao contrário do pré-candidato maranhense, nenhum deles se diz “amigo de Lula”. Todos são declaradamente de direita, mas temem perder voto caso tenham que defender Bolsonaro durante a disputa.
ACM Neto na BA, Sílvio Mendes no PI e Miguel Coelho em PE, são pré-candidatos pelo União Brasil aos governos de estados, onde Lula possui ampla liderança.
Todos procuram aparentar neutralidade, embora seus históricos e origem política não neguem o Bolsonaro que cada um deles carrega consigo.
O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, por exemplo, é filho de Fernando Bezerra (MDB), ex-líder do governo Bolsonaro no Senado.
Sob ataque de outros pré-candidatos como Marília Arraes (Solidariedade) e Danilo Cabral (PSB), Coelho chegou a dizer que “Lula é um patrimônio do Povo brasileiro”
No Piauí, Sílvio Mendes é o candidato do todo poderoso ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. E ACM Neto, o herdeiro de Antônio Carlos Magalhães, chegou até a ventilar, antes da fusão do DEM com o PSL, a possibilidade de sair candidato a vice-presidente na chapa do Seu Jair.

O bolsonarismo envergonhado de Weverton é uma tentativa de manter a pose de político progressista, depois que pulou fora do grupo do ex-governador Flávio Dino.
Figuração que a cada dia se desfaz, na mesma proporção que cai a sua preferência nas pesquisas de intensão de voto.
O desmonte acentuou-se com a adesão à frente de pré-candidatos bolsonarista, em torno da reeleição do senador Roberto Rocha, outro de pior estirpe ainda, pois tem fama de traidor.
Lulista ou neutro por desfaçatez, todos têm em comum o ‘compromisso’ de defender seus estados, pouco importando o nome do futuro presidente eleito.
Para o publicitário e humorista Antonio Tablet, do Porta dos Fundos, não combater om bolsonarismo é contribuir com o bolsonarismo.
“As eleições deste ano simplesmente não permitem que instituições e até veículos de imprensa optem por não tomar partido. O que está em jogo não é só uma ideologia, é o que nos resta de civilidade, humanidade e esperança. Não tomar partido já é tomar partido. O da situação”, escreveu ele no Twitter.
(COM INFORMAÇÕES DE O GLOBO)
