No dia 20 de abril de 1994, a revista ‘IstoÉ’ começou a circular nas principais cidades do Maranhão, com apenas uma chamada na capa: “Escândalo. Carrões & milhões. A fortuna acumulada pelo ex-governador Cafeteira e suas relações com empreiteiras do Maranhão”.
O factoide criado pela revista, que sempre teve ligações umbilicais com a família Sarney, visava atingir Cafeteira, adversário à época da então deputada federal Roseana Sarney, do PFL, que concorreria ao governo do Estado com o ex-governador.
A fake news sobre um suposto transporte de dinheiro vivo no valor equivalente a 1 milhão de dólares era a primeira investida rasteira da oligarquia Sarney contra o adversário Cafeteira, favorito à vencer as eleições ao governo em 1994. Ele ainda sofreu com o Caso Reis Pacheco, factoide criado a poucos dias da eleição do segundo turno que foi preponderante para a vitória de Roseana.
Passados 14 anos, a oligarquia Sarney adota a mesma estratégia para tentar, mais uma vez, virar o jogo contra um governador favorito. Desta vez o alvo é Flávio Dino, que possui cerca de 60% das intenções de votos, segundo as pesquisas divulgadas até o momento. Sem chances até mesmo de levar o pleito para o segundo turno, o clã comandado por José Sarney usa, novamente, a IstoÉ para tumultuar as eleições.
Neste final de semana, a revista traz uma matéria sobre um suposto esquema de empresa fantasma utilizada por Dino na campanha de 2014. Em matéria assinada por um jornalista que já trabalhou no O Estado do Maranhão – jornal de propriedade da família Sarney – a IstoÉ requenta um tema já superado há meses.
A suposta denúncia, inclusive, não teve seguimento junto ao Ministério Público Federal, onde foi apresentada por um blogueiro, ex-sócio de Ricardo Murad, cunhado de Roseana Sarney. As acusações da IstoÉ são absolutamente inverídicas, visto que todos os gastos com os serviços prestados por tal empresa foram apresentados à Justiça Eleitoral, e as contas do candidato Flávio Dino aprovadas.
Portanto, não passa de mais uma manobra desesperada de usar uma revista de circulação nacional para tumultuar o pleito eleitoral no Maranhão. A articulação de Sarney, suspeita-se, tem dedo do presidente Michel Temer, que aumentou em mais de 1000% o repasse de verbas federais para a IstoÉ.
Talvez se ainda estivéssemos no ano de 1994, a cruel estratégia da oligarquia Sarney poderia surtir algum efeito. Mas, em 2018, e com a informação na palma da mão, a população sabe que a fake news divulgada pela IstoÉ não passa de tática desesperada para tentar diminuir a popularidade de Flávio Dino e alimentar nos aliados a esperança de levar as eleições ao segundo turno.
Pelo andar da carruagem, um novo Reis Pacheco ainda pode surgir até o dia 07 de outubro.
