MPF descobre: funcionários roubavam dinheiro do setor de propinas da Odebrecht

O ex-diretor da Odebrecht durante a delação

Até mesmo funcionários da Odebrecht promoveram saques ao Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, também conhecido como o “departamento de propina” da empresa. Segundo delação premiada do ex-presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, o setor, que chegou a movimentar cerca de U$$ 3 bilhões em nove anos, era alvo de desvios internos, e o dinheiro que circulava no departamento não servia apenas para pagamento de políticos.

De acordo com Marcelo Odebrecht, o objetivo do Setor de Operação Estruturadas da empresa era garantir acesso rápido a dinheiro para sanar “problemas no exterior”, sem que os valores entrassem para a contabilidade oficial da construtora.

Marcelo Odebrecht disse que não havia nem um tipo de controle sobre as operações realizadas pelo setor, o que facilitava roubos dentro da própria empresa. Ele frisou ainda, que a empresa usava recursos do departamento para executar projetos em países em situação de guerrilha, para pagamento de milícias e até mesmo para pagar sequestros fora do Brasil.

“Todo mundo sabia que havia essa necessidade. Por exemplo, você não atua em países com guerrilha, ou nas favelas no Rio, sem pagar milícias, sem pagar. Então, tem muito dinheiro que corre. Inclusive, você paga sequestro. Eu participei da questão para trazer o corpo de um engenheiro nosso que foi sequestrado no Iraque. Eu participei, junto com o governo brasileiro, da negociação que envolveu, inclusive, o governo italiano. A gente deu, se não me engano, foi US$ 5 milhões. Isso é por fora. A gente pagou sequestro na Colômbia, sequestro no Peru”, delatou Marcelo.
A descoberta levanta uma suspeita: e quantos supostos pagamentos não foram embolsados pelos delatores que agora afirmam ter entregue o material?

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