
Internado havia dez dias no Real Hospital Português, em Recife, o artista plástico e ceramista Francisco Brennand morreu nesta quinta-feira (19), aos 92 anos, após complicações de uma infecção respiratória.
O governo estadual de Pernambuco anunciou, via redes sociais, que decretará luto oficial de três dias em homenagem ao artista.
Em nota, o hospital afirma que o velório será realizado na capela Imaculada Conceição, na Oficina Cerâmica Francisco Brennand, a partir das 18h30. O complexo monumental, uma antiga olaria herdada pelo artista de seu pai no bairro de Várzea, funcionava como museu e ateliê, e se tornou um ponto turístico importante em Recife.
As esculturas de cerâmica eram a parte mais robusta e mais conhecida da produção de Brennand. São totens, armaduras, vermes que saem de dentro da terra, seres zoomórficos, soldados. Em grande número, as obras despontavam em uma paisagem de galpões e mata do Engenho Santos Cosme e Damião, que pode ser visitado (o ingresso custa R$ 20).
Durante toda a trajetória do espaço e dos trabalhos que iam sendo acumulados ali, Brennand recebia o público ele mesmo. Era comum vê-lo transitando pelo espaço, recebendo os visitantes para conversas.
Ainda assim, ele se considerava sobretudo um pintor. Nas telas, se valia de fábulas e mitologias populares, não só do Nordeste, mas do mundo.
