Maracatu de Cabeça: videoclipe antifascista vai na jugular do genocida e seus bolsonaristas

A batida da alma pernambucana nos tambores de guerra é a trilha sonora do videoclipe “Maracatu de Cabeça”, que está circulando nas redes sociais pedindo a cabeça dos fascistas no Brasil.

De autoria do poeta maranhense Celso Borges em parceria com o compositor paraibano Assis Medeiros e o artista visual paulistano Daniel Minchoni, Maracatu Cabeça é um manifesto antifascista contra os desmandos de Bolsonaro e os descaminhos dos falsos pastores.

A epígrafe do alemão Bertolt Brecht, “O fascismo é uma cadela que está sempre no cio”, anuncia no começo do vídeo a bandeira de ira e fúria que nos três minutos seguintes é desfraldada nas imagens e versos, sem meio termo, sem perdão, sem gentilezas.

É como quem pisa e esmaga uma barata. “O fascismo não é para ser debatido, é para ser destruído”, é o que nos ensina a experiência de Buenaventura Durruti, líder do braço armado dos trabalhadores no combate aos fascistas durante a guerra civil espanhola.

“E os fascistas têm de ser enforcados nas tripas do último pastor/Porque os falsos pastores bebem o sangue dos inocentes”, diz trecho do manifesto, sempre embalado pelos tambores do maracatu e imagens tétricas de caveiras e crânios. O cemitério de ossos, futuro prometido. 

                                              Dias de Glória

A foto da cabeça de Bolsonaro, criada pelo artista espanhol Eugenio Merino, no fundo das redes, foi o que levou Celso Borges a escrever o poema, que meses depois daria origem ao feroz maracatu. 

Por obra do coletivo artístico Indecline, em setembro passado, o presidente Jair Bolsonaro inspirou poetas, incentivou atletas e fez a alegria do povo. 

A sua cabeça foi usada como bola de futebol em partidas sem discriminação de gênero, raça, religião e arrependimento eleitoral. 

Foram dois dias de jogos bem disputados, com cada chute de primeira, de bicudo, de rosca. A bola rolando de pé em pé.  

Leia o poema, direto das redes

                                                                      Veja…bem

O videoclipe pode até ferir as pessoas mais sensíveis. Mas o que fazer se o presidente Bolsonaro faz descaso da vida da população, difunde mentiras e curas falsas, e as instituições públicas, que deveriam agir, não fazem nada?

O que fazer se Roberto Jefferson, vai às redes sociais em plena Sexta-feira Santa, incita os cristãos a torturar e matar comunistas, e continua tudo por isso mesmo?  

Pior é a atitude criminosa de Regina Duarte. Depois de tomar CoronaVac, divulga no   Instagram, onde possui milhares de seguidores, vídeo de um sujeito dando uma “aula” sobre a ivermectina, a vacina em comprimido contra a Covid. 

Então, o que fazer? Escrever notas de repúdio, relevar, dizer que isso é besteira? As várias manifestações do tipo, feitas por pastores, alguém na sua família, um conhecido nas redes sociais, não passam de coincidências? 

Cuidado, você pode estar colaborando passivamente com o avanço do fascismo no país, nas “suas formas dissimuladamente midiáticas e taticamente embasadas em liberdades democráticas”.

O alerta é de Acácio Augusto e Matheus Marestoni, autores do prefácio de ‘Antifa – o manual do antifascista’, livro do professor de história da Universidade Rutgers, Mark Bray.

                                        Alienado participante

Em entrevista à revista Época (Aqui) Mark Bray observa que os brasileiros, assim como os americanos durante o governo Trump, estão cada vez mais se identificando com o antifascismo.

Segundo Bray, o antifascismo é uma reação das pessoas a uma ameaça de extrema-direita, que se aproveita da hipocrisia dos liberais, com o valor moral da liberdade de expressão, para semear o racismo, a homofobia, o ódio, etc.

“O trabalho dos antifascistas é fazer com que os fascistas tenham muito medo de agir publicamente e também atuar como alvos voluntários do seu ódio e ataques, o que pode impedi-los de queimar a mesquita mais próxima”, diz o manual.

No Brasil, no lugar das mesquitas, queimam-se terreiros de umbanda.

Matam-se lavradores rurais, índios, transexuais, mulheres e negros, muitos negros.

No Brasil, aproveita-se da Covid-19 para promover o genocídio indiscriminado. Seja dificultando o acesso à vacina e propagando remédios ineficazes; seja sabotando as medidas restritivas e incitando o ódio contra os defensores do isolamento social.  

Nesta terça-feira (6), foram registrados 4.211 óbitos. Agora já são 337.364 brasileiros abatidos pela Covid.

E o país assiste a tudo isso inerte. Ou melhor: batendo panelas! 

Assista a uma entrevista histórica com Buenaventura Durruti

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