
Quando o país alcança novo recorde com 1.473 óbitos pelo Covid-19 registrados em um dia (totalizando 34.072 vidas perdidas), foi entregue, nesta sexta feira (5), o 1º hospital de campanha do Governo Federal. Erguido em Águas Lindas (GO), no entorno de Distrito Federal, a obra, que custou mais de R$ 15 mi aos cofres públicos, iniciou em abril e passou por inúmero problemas burocráticos. Na contramão disso, o Maranhão chegará em junho ao quarto hospital de campanha exclusivo para o tratamento do novo coronavírus.
O Brasil passou a Itália e é o 3º com mais vítimas no mundo e, nesta semana, mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro normalizou as mortes pela doença, que alcançam números recordes no Brasil. “A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo”, ele disse na terça-feira (2).
Mas não só nas chocantes e constantes frases que ficam à mostra o descaso do presidente da República com a vida dos brasileiros. Aí vai mais um exemplo: desde março o país enfrente uma crise sanitária sem precedentes e é com a chegada de junho que se recebe o hospital de campanha construído pela gestão estadual.

Neste mesmo período, o Maranhão – liderado por um dos maiores opositores de Jair Bolsonaro, Flávio Dino – além de ter recebido investimentos nos hospitais da própria rede estadual (que passou de 232 leitos exclusivos para o Covid no início da pandemia para 1680, hoje), também ja recebeu três hospitais de campanha e um outro deverá ser entregue ainda este mês.
Em apenas duas semanas, o Governo do Estado em parceria com Emap, construiu um hospital de campanha na capital, para atender região metropolitana. Entregue em 19 de maio, a unidade possui 3.500 m², 200 leitos, entre clínicos e UTI.
Além da capital, interior do estado tem sido beneficiado, no intuito de atender regiões específicas. Inaugurado em 16 de maio, o Hospital de Campanha de Açailândia foi o primeiro do estado e já realizou cerca de 150 atendimentos. São 60 leitos construídos em parceria com a Vale. Já em Santa Inês, o mais recente, entregue 1º de junho, são 40 leitos e os primeiros pacientes já estão sendo atendidos. A próxima unidade será em Pedreiras, com trâmites já pronto.
As diferenças marcadamente claras entre as posturas de gestão no Brasil e no Maranhão mostram a cruel face da realidade atual do país: muito mais pode ser feito para salvar vidas.
