
Em publicação nas redes sociais a senadora Eliziane Gama diz que acompanha com muita preocupação o avanço da “ditadura Maduro, que aniquilou o país” contra os cidadãos; e que somente a “retomada da democracia pode abrir novos horizontes ao povo venezuelano”.
Embora não especifique como se dará essa retomada democrática, com certeza não será pela posse de um presidente autoproclamado, pois neste caso, não seria uma retomada, mas um golpe.
Agora, se a sua pretensão era defender os cidadãos venezuelanos, ela deveria antes de tudo cobrar o fim do embargo comercial imposto pelos EUA, este sim, responsável pelo aniquilamento econômico do País vizinho.
Este sim avançou contra a população, a principal vítima da perseguição americana após perder o domínio da maior jazida de petróleo do mundo após a ascensão de Hugo Chaves.
Sem mercado para escoar a produção de petróleo – praticamente a sua única fonte de receita – a Venezuela entrou em colapso; e não consegue mais abastecer o mercado com produtos de primeira necessidade, como remédios e alimentos.
Só para a senadora ter uma ideia do dano causado pelos estadunidenses, a exportação caiu de quase 2,5 milhões (antes do embargo) para cerca de 0,5 milhão de barris por dia.
E isto sem contar outras ações deletérias intensificadas com a posse de Donald Trump e o envolvimento de bancos, empresas e outros países pressionados pela dependência econômica do Tio Sam.
Em 2016, o Citibank se negou a receber os recurso enviados pela Venezuela e 300 mil doses de insulina ficaram retidas no exterior por falta de pagamento.
Quer mais ?
Obedecendo às sanções do Departamento do Tesouro dos EUA, desde novembro de 2018, US$ 1,65 bilhão da Venezuela para compra de alimentos e medicamentos estão sequestrados pela financeira Euroclear
O que Eliziane Gama precisa, como bem frisou o jornalista Moisés Mendes (Leia artigo Aqui) em relação a divisão das esquerdas sobre o impasse na Venezuela, “é entender o cerco que Maduro enfrenta desde a morte de Chávez e de como o garrote golpista inviabilizou a Venezuela política e economicamente e corroeu o que restava de coesão social. O golpismo americano permanente transformou Maduro num cachorro louco˜.
Aliás, o embargo americano, ao flagelar 32 milhões de venezuelanos, não seria também uma grave violação dos direitos humanos?
