
Com protestos antirracistas em vários países do mundo e uma onda de denúncias de fraudes de cotas por estudantes brancos e aparência bem de vida nas universidades públicas brasileiras, 819 estudantes ingressaram na Universidade Federal do Maranhão através das cotas de pretos e pardos neste ano de 2020.
Os cursos de Direito matutino (15), Medicina (14), Engenharia Elétrica (14) e Odontologia (09) foram os mais procurados pelos cotistas com autodeclarações étnico-racial aprovados pela Comissão de Validação, após entrevistas e aferições fenotípicas, segundo a Diretoria de Apoio, Acompanhamento e Avaliação Acadêmica – DAAVA.
A chamada Comissão de Heteroidentificação só voltou a funcionar este ano, depois de oito temporadas desativada pela UFMA com a entrada em vigor da Lei 12 711/ 2012.
Promulgada pela presidente Dilma Rousseff, a também conhecida Lei das Cotas, normatizou o sistema de cotas em todas as instituições federais de ensino superior e de ensino técnico de nível médio vinculadas ao Ministério da Educação.
Mas, ao contrário do que afirma nas respostas aos questionamentos do blog, encaminhadas em papel timbrado pela Diretoria de Apoio, Acompanhamento e Avaliação Acadêmica – DAAVA (Veja Aqui), a Lei não obrigou a universidade encerrar os trabalhos da comissão em atividade desde 2007, quando a UFMA instituiu a sua própria política de cotas raciais.
A validação automática da autodeclaração étnico-racial sem qualquer aferição fenotípica, não impede, aliás, exige ainda mais, que a comissão continuasse entrevistando o candidato.
Seria uma espécie de última fronteira contra os sabotadores do bom futuro.
Sequer um outro mecanismo foi aplicado para filtrar possíveis impurezas.
Todas as fraudes denunciadas recentemente ocorreram entre 2012 e 2019, esse período de completa permissividade.
Não é à toa que a resposta da UFMA ao blog sobre quantos autodeclarados ocuparam ou ainda ocupam as cotas raciais foi o silêncio.
Quem cala, consente ?
