
Levantamento feito pelo Estadão/Broadcart aponta que o presidente Bolsonaro tem discriminado indistintamente todos os estados do Nordeste. A ordem do boicote aos estados e municípios partiu do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Os números têm como base dados do banco e do sistema do Tesouro Nacional.
O Estadão/Broadcast apurou que há uma fila de pedidos de empréstimos para a região Nordeste que não foram autorizados pela instituição. Entre eles, o de um financiamento de 133 milhões de reais para a Prefeitura de São Luís (MA), para obras de infraestrutura. O pedido do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) foi feito no dia 9 de maio e até hoje não houve uma resposta.
Dos R$ 4 bilhões liderados para governadores e prefeitos desde janeiro deste ano, apenas 2,2% foram destinados ao Nordeste. No ano passado, dos R$ 6 bilhões de investimentos da Caixa por meio de operações com os governos do Nordeste, mais de R$ 1 bilhão foram liberados para a região, correspondendo a 21,6% do montante. A ordem para discriminar os nordestinos partiu do próprio Guimarães.
Para justificar a queda na participação do Nordeste, a Caixa afirmou à reportagem que as contratações das operações apresentam “sazonalidade ao longo do exercício” e também variação ano a ano, dependendo ainda do número de pleitos recebidos.
Em julho, durante um café da manhã com jornalistas, Bolsonaro – sem notar que o som ambientes estava sendo captado – soltou o seguinte comentário para o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni: “Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”, disse referindo-se a Flávio Dino. Dito e feito, pelo andar da carruagem presidencial.
