
Lahésio Bonfim não aprende.
Ou será que ele esqueceu que poucos dias antes de lhe passar a perna e tomar o PTB, Roberto Rocha também ergueu sua mão, saudando-o como candidato a governador, igual fez agora em Imperatriz, antes de participar de evento pré-eleitoral com Weverton em Humberto de Campos?
A opção de Rocha não é pelo pré-candidato, mas pelo senador Weverton. Bolsonaro tem interesse no voto do pedetista para garantir a aprovação de projetos e manutenção de vetos. Nesta terça, por exemplo, o Congresso vota 20 vetos presidenciais. Para derrubá-los é preciso de pelo menos 257 votos de deputados e 41 de senadores.
Neste caso, uma ausência é um voto favorável dissimulado.
O apreço de Bolsonaro por Weverton é exatamente por essa sua capacidade de escamotear. A estratégia de se apresentar como amigo de Lula e ao mesmo tempo ressaltar que não importa qual presidente seja eleito, pois vai à Brasília defender os interesses do Maranhão, é genial!
Afinal, qualquer que seja o governador eleito ele vai, por obrigação, à capital federal defender os interesses do estado, seja lá qual o nome do chefe da nação.
Agregada à acusação contra Flávio Dino (PSB) querer nacionalizar a campanha para não discutir o seu governo e os problemas do estado, Weverton passa o pano no desastre. E normaliza as eleições presidenciais, como se não estivesse em jogo o futuro de mulheres, negros, pobres, índios, LGBTs e o Estado Democrático de Direito, já bastante abalado depois de três anos e meio de barbárie.
Fazer crer que é tão somente mais uma eleição, uma disputa que se repete de quatro em quatro anos, desde 1989, a primeira depois de 20 anos de regime militar, é para quem pode.
Weverton não é um bolsonarista raiz e, por ser de ‘esquerda’, como se autodeclara, tem muito mais utilidade para Bolsonaro do que o fiel Lahésio.
É a quinta coluna.
