Osmar engaveta, Penha ignora e Joel se livra de esclarecer sobre desigualdade na vacinação
Vinte dias depois de ser aprovado por unanimidade pelo plenário, o presidente Osmar Filho (PDT) ainda não enviou ofício ao prefeito Eduardo Braide solicitando que o secretário municipal de saúde Joel Nunes comparecesse à Câmara para esclarecer possível desigualdade social na vacinação em São Luís.
O vereador Raimundo Penha (PDT) disse que não sabe os motivos do atraso, mas espera que a audiência aconteça ainda nesse mês de julho, diante da provável suspenção do recesso parlamentar. A Câmara depende da aprovação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO), que ainda tramita na Casa, para poder entrar em recesso; previsto pela Lei Orgânica de São Luís para acontecer entre 17 de julho e 1º de agosto.
Quando da votação de seu requerimento na sessão híbrida da Câmara do dia 30 de junho, Penha externou sua preocupação com a possibilidade de que determinadas regiões não estavam recebendo a devida cobertura vacinal, segundo notícias veiculadas, inclusive por este blog, na imprensa.
“Precisamos saber qual efetivo da nossa população foi vacinado e os que não foram. Nós sabemos quem são e de onde são? É o conjunto da população que leva ao sucesso da vacinação. Precisamos saber os dados sobre a vacinação em São Luís, até mesmo para verificarmos se ainda há algo que esta Casa possa fazer”, justificou.
O desassossego do vereador pedetista, no entanto, foi passageiro. Além de só demonstrar a sua aflição quinze dias depois da publicação de artigo no jornal Pequeno da defensora Clarice Binda, revelando que, de acordo os dados disponíveis no site do Ministério da Saúde, as taxas de vacinação nos bairros mais pobres são bem menores do que os registrados nas áreas nobres da capital, ele não se manifestou nenhuma vez cobrando do presidente Osmar Filho a realização da audiência.
Daí ter dito, por telefone, ao ser questionado pelo blog, não saber por quais razões Osmar Filho não encaminhou o requerimento à prefeitura de São Luís.
O acometimento de sintomas de indignação passageira, pelo visto, é comum e protocolar no Palácio Pedro Neiva de Santana. O próprio Osmar Filho, na oportunidade da sessão do dia 30, parabenizou a iniciativa do vereador Penha, ressaltando que discussão sobre a vacinação, vinha em boa hora para a Câmara.
Porém ou estava com a cabeça em outro lugar – ele é pré-candidato a deputado estadual – ou tentou minimizar o objeto central do requerimento, transferindo o foco da questão à importância da segunda dose.
“Este é um tema importante. Sabemos que a principal forma de combate à pandemia é por meio da vacinação da população. É preciso que as pessoas tenham consciência disso, e completem o ciclo de vacinação, tomando a primeira e a segunda dose”.
O comparecimento do secretário municipal de saúde à Câmara é fundamental para que se tenha a correta avaliação dos resultados da imunização; caso os vereadores não se comportem igual ao repórter da TV Mirante, que aceitou, sem qualquer reação, resposta de Joel Nunes negando a veracidade dos números do Ministério da Saúde, que apontavam uma desigualdade na vacinação, com o sucesso da campanha da prefeitura estampado “na face, no sorriso do ludovicense”.