
O professor João de Deus, pleiteante à reitoria da Universidade Federal do Maranhão, UFMA, que obteve a segunda colocação (18 votos no colégio eleitoral) na consulta à comunidade acadêmica para composição da lista tríplice, assinou ficha de filiação ao Partido Social Liberal, legenda do presidente Jair Bolsonaro. Na mesma consulta, o ex-reitor Natalino Salgado (42 votos no colégio) obteve a maioria dos votos.
João de Deus integra um grupo que pensa em ingressar ou retornar à vida política partidária, como o juiz federal Roberto Veloso, ex-presidente da Associação Nacional dos Juízes Federais, Ajufe, e o ex-prefeito de São Luís, Tadeu Palácio.
Veloso e Palácio têm pretensões eleitorais evidentes. Palácio pensa em um recall que demonstrou ter fraca repercussão junto ao eleitorado da capital. Na última disputa que entrou foi reduzido a meros 4% dos votos válidos. Nada condizente com a elevadíssima aprovação apontada por um instituto de pesquisa gentil que o colocou nas graças do eleitorado ludovicense.
O ex-presidente da Ajufe transita bem pelos corredores da magistratura e nas hostes da cultura popular, principalmente entre os boeiros da Maioba e batalhões alhures.
João de Deus até confundiu os radicais livres da UFMA que de maneira míope enxergaram nele características progressistas. Ex-aliado de Natalino Salgado, Deus se apegou com unhas e dentes à reitora Nair Portela, cujo mandato de quatro anos se encerra em novembro deste ano. Partiu dele as denúncias conta Natalino, responsabilizando o ex-reitor pela paralisação das obras do campus da instituição de ensino federal em São Luís.
As manobras utilizadas pelo pro-reitor da UFMA antes, durante e após o período eleitoral seguem se aprofundando. A mais recente delas é o apoio público ao acordo de salvaguarda entre Brasil e EUA para uso da base de Alcântara. Tudo pra agradar ao pretenso patrão.
Sem nenhum apreço pela democracia, Bolsonaro tripudia sobre listas tríplices, carente de amparo constitucional. Na escolha do Procuradoria Geral da República, imprimiu suas digitais ideológicas. Dos três candidatos da lista, dois crêem que o presidente ainda guarde algum respeito pelas instituições e manifestações democráticas.
