
Um preso do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, comandou ataque a um caixa eletrônico no Distrito Federal. Do interior do presídio, Romário Carvalho de Moura deu instrução a dois comparsas de como arrombar o terminal eletrônico e também forneceu equipamentos. Para a Polícia Civil, ele é o líder da organização criminosa.
Além do Romário, outras seis pessoas foram presas preventivamente no Distrito Federal e duas estão foragidas acusadas de participação na associação criminosa. “Ele estava com um telefone na prisão, mandou os maçaricos e ensinou o grupo aqui em Brasília a arrombar os caixas, afirmou o delegado Fernando Cocito, da Delegacia de Divisão de Repressão a Roubos e Furtos.
Em um dos áudios, o acusado diz “está tudo explicado. Dúvida você não vai ter nenhuma. Está tudo detalhado passo a passo”. Apesar das instruções, o delegado afirma que o grupo de Brasília não teve sucesso nas ações. “Embora ele tenha ensinado, eles foram em dois ataques e não conseguiram levar o dinheiro”, destacou Cocito.
A investigação durou aproximadamente um mês, desde que o grupo tentou levar dinheiro do caixa do Banco de Brasília (BRB), no Centro de Saúde 3 no Riacho Fundo. O crime ocorreu na madrugada de 11 de agosto. Armados, eles renderam o vigilante da unidade de saúde e tentaram arrombar o terminal com um maçarico, mas não conseguiram ter acesso ao dinheiro. Eles fugiram levando o revólver e o celular do vigilante. A vítima ainda recebeu socos, pontapés e coronhadas.
Com as investigações, a Polícia Civil desvendou que o preso do Maranhão e um comparsa do DF contavam com a ajuda das companheiras, que integravam a organização criminosa de ataque a caixas eletrônicos com uso de maçarico.
A mulher do preso de São Luis era quem repassava a ordem do marido aos comparsas do DF. De acordo com a investigação, ela era que fazia a transferência de dinheiro para aquisição do material de arrombamento. A companheira de um dos executores do crime na capital fazia a ponte entre o marido e o preso do Maranhão.
Para a Polícia Civil, ela ajudava na preparação, inclusive recebendo e guardando peças de maçarico Durante as investigações, o casal foi flagrado recebendo algumas das peças na Rodoviária Interestadual de Brasília. O material seguiu de Gurupi (TO) até o DF, encaminhados por outros dois integrantes da organização criminosa: uma mulher e um homem.
Prisão
O comparsa que atuou no ataque em agosto e as duas mulheres, uma companheira dele e a outra companheira do preso do Maranhão, foram presos em 27 de agosto, em Samambaia. Em uma das casas, policiais encontraram os maçaricos utilizados no ataque.
A mulher que encaminhou as peças de Tocantins para o DF foi presa em 28 de agosto, mas dois homens estão foragidos: um deles do estado de TO e o outro que atuou como comparsa no ataque ao caixa eletrônico na unidade de saúde.
Com as prisões, investigadores da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) também descobriram que o ataque ao caixa eletrônico contou com a ajuda de dois outros homens, pai e filho. O pai, inclusive, já havia sido preso em 2016, por idênticos ataques a caixas eletrônicos.
No carro dele, policiais encontraram ferramentas, luvas e fixadores plásticos idênticos aos utilizados no ataque ao caixa eletrônico do centro de saúde. Pai e filho foram presos em 29 de agosto, quando deixavam o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no SIA.
Os acusados estão presos preventivamente, por tempo indeterminado. Se condenados, eles irão responder pelos crimes de organização criminosa e roubo
Encaminhamento
O líder da organização criminosa está preso preventivamente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, por ataques a caixas eletrônicos, mas a Vara de Execução Penal (VEP) determinou o seu recambiamento para o Complexo da Papuda.
