
O ex-prefeito Tadeu Palácio se insinua como candidato a prefeito de São Luís em 2020. Busca pegar carona nos milhões do fundo partidário do PSL, legenda de Bolsonaro, e nas benesses que o ocupante do Palácio do Planalto possa oferecer. A lógica não se confirma na história das eleições na capital maranhense. O PT desconstruiu essa premissa.
No discurso do evento em que ensaiou sua candidatura ao Executivo, Tadeu fez um recorte da sua trajetória que teve curva ascendente ao se associar ao campo da esquerda, e descendente no momento seguinte; após ser ruminado pelo grupo Sarney.
Como vice-prefeito, Tadeu ocupou o lugar de Jackson Lago em 2002. Dois anos depois se reelegeria prefeito com a força do PDT. Ocupou o palácio La Ravardière até 2008. Neste período, expurgou caciques do quadro administrativo. Colheu os frutos não elegendo o sucesso.
Em 2009, num lance errado cedeu ao convite de Fernando Sarney e retribuiu favores devidos ao Senador José Sarney, e foi adotado pelo grupo. O propósito era demonstrar que o grupo tinha atrativos irresistíveis e o PDT de Jackson fidelidade volátil.
Cenário
Especula-se uma chapa Tadeu-Astro. Difícil imaginar essa composição diante do extremo egocentrismo do ex-presidente da Câmara. Sem inocência, Astro foi útil nas duas últimas eleições, para prefeito e governador. Por sua vez, Tadeu tinha olhos apenas para seu desempenho profissional. Daí, a especulação se resumir ao seu conceito.
Em 2012 disputaram a prefeitura de São Luís oito candidatos, entre eles o então prefeito João Castelo (PSDB). O PDT não apresentou candidatura própria. O trabalhista cristão Edivaldo Holanda, ex-deputado federal e ex-vereador de São Luís, venceu as eleições com 466.993 votos no segundo turno.
Neste pleito, Tadeu Palácio obteve pouco mais de 24 mil votos, uma fatia de 4% do eleitorado. Quatro anos antes, Palácio havia deixado a prefeitura com picos de aprovação superior a 60 por cento, isso segundo números sacados por instituto de relações comerciais amistosas.
No espectro das candidaturas, Tadeu se posicionava no centro direita. Do denominado campo da extrema esquerda, dois eram veteranos: o ex-constituinte Haroldo Saboia (PSOL) e Marcos Silva (PSTU), com o mote só a luta muda a vida. O vice-governador Washington Oliveira disputava pelo PT com o aval do grupo Sarney. Edinaldo Neves (PRTB) e Eliziane Gama (PPS), esta última favorita em pesquisas precoces, não eram identificados como pertencente natos a este grupo. Neves funcionou bem como laranja, minando Castelo.
Quatro anos depois o nome de Tadeu desapareceu da urna eletrônica. Retornar agora é tão improvável como a lógica da política. De todo modo, com a palavra o eleitor!.
