Em reunião sobre Amazônia, Flávio Dino dá lição de moral em Bolsonaro

Bolsonaro em reunião com governadores da Amazônia Legal

É preciso moderação. Não é brigando com outros países que o Brasil vai pôr fim à crise na Amazônia. Nem tampouco pregando o ódio contra as ONGs. O extremismo vai prejudicar os produtores nacionais.

Essas foram algumas das mensagens frisadas pelo governador do Maranhão, Flávio Dino, durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro sobre as queimadas na Amazônia. Também participaram todos os governadores da Amazônia Legal. Foi uma verdadeira lição de moral no presidente.

Em tom diplomático, Dino deixou claro que todas as mensagens eram para Bolsonaro, que ouviu tudo sem interromper.

O ex-juiz lembrou que a Constituição deve reger todo o debate. “Não precisamos rasgar a Constituição. Lá está definido que a Amazônia é um patrimônio nacional.”

Bolsonaro vem brigando publicamente com outros países, especialmente a França, usando o argumento de que a intenção dos estrangeiros é roubar a Amazônia. “É descabido qualquer debate sobre a soberania nacional. Precisamos proteger tal soberania e, para tal, precisamos exercê-la”, afirmou Dino.

Risco de retaliação

De acordo com o governador, é essencial estabelecer ações de cooperação com outras nações, algo que o presidente vem se recusando a fazer. “Se o Brasil se isola no cenário internacional, se expõe a sanções comerciais gravíssimas contra os nossos produtores”, disse Dino.

Flávio Dino também repudiou a perseguição contra as ONGs. O presidente chegou a acusar essas entidades de tocar fogo na Amazônia. “Não sou daqueles que satanizam ONGs. Temos ONGs de imensa seriedade no Brasil e no mundo. Não é tocando fogo nas ONGs que vamos salvar a Amazônia”, acrescentou o governador.

Para ele, “o meio termo é a melhor receita. Extremismo nunca é a melhor estratégia”.

“Não é com uma postura puramente reativa que vamos sair dessa crise de imagem aguda em que o Brasil se encontra. É preciso ter ponderação”, concluiu.

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