Entre o cinismo e o vazio, não se sabe se o deputado Wellington do Curso desvirtua intencionalmente a História para enganar o eleitor através das redes sociais ou se é um analfabeto por natureza.
Na última terça-feira, 14, ao fazer referência ao Dia da Alfabetização em discurso na Assembleia Legislativa ele simplesmente disse que o programa “Sim, eu posso!”, que já tirou mais de 7 mil maranhenses do analfabetismo, é uma proposta de sua autoria, encaminhada através da Indicação 777/2015, e aceita pelo Governo do Estado. (Leia Aqui)
A indicação até que existe, mas assim como suas palavras na tribuna da AL, não passa de um artifício barato para preencher e fundamentar sua defesa da Educação feita apenas com frases de efeito, que não refletem e nem conduzem para uma transformação concreta da realidade.
“A Educação é o único meio capaz de transformar sonhos em realidade…”
“Acreditamos que o desenvolvimento de um estado está intimamente relacionado ao desenvolvimento de seu povo”.
“Tal desenvolvimento só será plenamente possível quando a Educação alcançar os mais humildes e o conhecimento for bem comum entre ricos e pobres”.
São algumas de suas pérolas jogadas aos porcos!
Com um discurso raso para evitar que se afogue nas próprias mentiras, o professor desta vez pode acabar no fundo do poço ao afirmar que um projeto conhecido internacionalmente e reativado pelo governo Flávio Dino é de sua autoria.
O “Sim, eu posso!”, é um método de alfabetização elaborado em Cuba na década de 60, que foi a principal ferramenta na superação do analfabetismo naquele País, e posteriormente utilizado pela Bolívia, Venezuela, Canadá, Austrália e Espanha, dentre outros.
No Maranhão ele foi lançado em 2008 pelo então governador Jackson Lago em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e contou inclusive com a presença do presidente venezuelano, Hugo Chaves.
Interrompido por seis anos, depois do golpe judicial que devolveu os Leões a Roseana, o programa e a parceria com o MST foi reativado pelo atual governo, cujo os resultados foram comemorados por WC como se lhe coubesse algum mérito.
Caso o deputado não saiba, não há registro de que ele tenha participado de alguma jornada de alfabetização e tampouco há no seu pronunciamento qualquer referência sobre como se consegue ensinar a ler e escrever em quatro meses, o método é dividido em duas partes, e é na primeira com auxílio de vídeo aulas, uma telenovela e o acompanhamento de um educador que o aluno aprende os princípios da escrita e da leitura.
Em seguida, após os quatro meses, é aplicada a metodologia de educação popular protagonizada por Paulo Freire com discussões sobre Cultura, Trabalho, Participação Política e História, que dão a linha do aprendizado.
O “Sim, eu posso!” foi aplicado em 8 dos 30 municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano, como parte do programa Mais IDH, que agrega políticas de educação, saúde e geração de emprego e renda para garantir a melhoria da qualidade de vida da população. (Leia mais sobre a implantação do programa no Maranhão Aqui)
Ao desinformar, mentir e negar a História, Wellington do Curso contribui – e se beneficia – com o analfabetismo, que ele tanto finge combater.