O deputado Wellington do Curso precisa tomar ciência que a imunidade parlamentar não lhe dá o direito de atentar contra a realização do segundo das eleições neste domingo.
Sem o menor pudor e a serviço do presidente Bolsonaro, ele denunciou 24 horas depois do presidente do TSE Alexandre de Moraes rejeitar por falta de provas, o caso do boicote das rádios às inserções eleitorais da campanha bolsonarista, entre os dias 7 e 14 de outubro.
Segundo o ministro das Comunicações, Fábio Faria , Bolsonaro foi gravemente prejudicado. Foram 154 mil inserções a menos do que Lula em todo o País.
Sem acrescentar nenhuma outra documentação que pudesse sustentar uma nova investida, WC não se fez de rogado e exibia da tribuna da assembleia uma série de papéis, que não passava na verdade do monitoramento de mídia contratado de última hora a uma empresa sem qualificação técnica, segundo a própria Justiça Eleitoral.
Fingindo indignação, como sempre faz nesses casos, WC descobriu o que nem a turma de Bolsonaro descobriu, que a Timbira, a rádio comunista, foi a responsável pela vitória de Lula, Flávio Dino e Carlos Brandão no primeiro turno. E será no caso da provável derrota de Bolsonaro neste segundo turno.
“Enquanto a campanha do Lula teve 213 inserções, de 07 a 14 de outubro, a campanha de Bolsonaro, no mesmo período de 07 a 14 de outubro, só teve 10 inserções na Rádio Timbira em São Luís. Isso é grave! Isso é crime! Estamos solicitando investigação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal, do TRE, auditoria, investigação para identificar os culpados, porque isso pode mudar inclusive, o resultado das eleições”, vociferou.
O TSE deu 24 horas para que o PL apresentasse provas sobre o favorecimento de Lula. As 154 mil inserções foram reduzidas a 740. E das milhares de rádios instalados no país, o relatório da Audiency Brasil Tecnologia encaminhado à Justiça se resumiu a 8 emissoras em Pernambuco e na Bahia.
Além das datas e horários não baterem com as gravações e programas transmitidos pelas ondas do rádio, o ministro Alexandre de Mores considerou o monitoramento superficial e aleatório.
As rádios citadas também apresentaram documentos comprovando que a própria campanha de Bolsonaro deixou de enviar várias vezes o material que seria veiculado.
Atordoados com o fracasso dominical da ópera bufa protagonizada por Roberto Jefferson e a constatação que de tanto mentir, as mentiras de Bolsonaro viraram mentiras de salão, os altos coturnos da campanha resolveram apostar na narrativa do ministro das Comunicações Fábio Faria. Ter 154 mil inserções a menos do que Lula, era o suficiente para tentar adiar as eleições e assim evitar a derrota anunciada.
O caso, no entanto, não prosperou no TSE. Alexandre de Moraes, inclusive encaminhou o caso à PGR, Corregedoria e STF sob suspeita de tratar-se de uma tentativa de tumultuar as eleições.
Durante seu pronunciamento, Wellington do Curso disse que iria denunciar o caso pessoalmente à Polícia Federal.
Corre o risco de ficar por lá mesmo.
Corrigido às 16h42.