Temer pode superar Sarney, o responsável pela maior greve geral registrada no País em 1989
A expectativa é que greve geral nacional marcada para esta sexta-feira vá definitivamente unir Sarney e Temer no mesmo patamar da história pela proeza de paralisar o País em protesto contra suas administrações à frente da Presidência da República.
Se as manifestações contra as reformas trabalhista e previdenciária atingirem mais de 70% da população economicamente ativa, o feito de Temer se iguala ao de Sarney em março de 1989, quando foi registrada a maior greve nacional no Brasil.
Em comum o remédio aplicado por ambos no combate à crise econômica às custas do sacrifício da maioria da população brasileira.
Na tentativa de controlar a inflação galopante, que no acumulado de 89 atingiu 1.782,9%, a máxima taxa já registrada na história do Pais, Sarney lançou o plano Verão, que congelou preços e salários e provocou uma das maiores perdas do poder aquisitivo do trabalhador.
Vinte e oito anos depois para enfrentar a depressão econômica, que produziu rombo fiscal recorde no mês de março, o governo Temer promove um desmonte nos direitos trabalhista e previdenciário para atender os interesses do grande Capital, disfarçados no equilíbrio das contas públicas.
Enquanto a greve geral de 89 e outras ocorridas na década de 90 foram basicamente movidas por reposições salariais dos trabalhadores, a desta sexta-feira pode superar a anti-Sarney por envolver também a classe média contrária às novas regras da aposentadoria e desiludida e sentindo-se traída por um governo golpista que a fez bater panela.
Por outro lado, a greve anti-Temer também lembra a primeira greve geral promovida pelos operários no Brasil em 1917 em protesto contra o aumento do custo de vida e a falta de condição de sustentar suas famílias, mesmo submetidos a um violento regime de trabalho.