Revoltado, oligarca confunde uma republicana aliança eleitoral com os acordos espúrios que celebrou para obter vantagens políticas e econômicas em detrimento do bem comum
O jovem presidente do DEM no Maranhão, o deputado federal Juscelino Rezende foi recebido pelo governador Flávio Dino, pelo chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares e pelo vice-governador, Carlos Brandão
Por mais que tente distorcer sistematicamente a realidade, os sarneistas não conseguem atingir o governador Flávio Dino pelos absurdos e ausência de mínimo amparo em fatos que possam convencer seus ouvintes e leitores das acusações que vociferam nos veículos de comunicação e redes sociais.
Com as vísceras à mostra, a oligarquia e seus escribas incapaz de produzir ideias e interpretações, por mais equivocadas que sejam, necessárias para manipular a sociedade, recorre, sem qualquer subterfúgio, à mentira pura e cínica, facilmente percebida pela calejada população maranhense.
Ao deixar de enfatizar alguns aspectos possivelmente criticáveis do atual governo para inventar acusações mirabolantes, o grupo acaba se expondo ao ridículo pelos 40 anos marcados por denúncias de corrupção, favorecimentos e naturalização da miséria, quando esteve à frente do destino do estado.
O Cinismo é na mesma proporção do vigor com que a alcateia condena as ações políticas da administração Flávio Dino, como se fora semelhante as praticadas pela facção sarneistas sem considerar os propósitos e compromissos que as distinguem.
O termo facção é o que melhor conceitua a horda do velho morubixaba. De acordo com a definição cientista político, Carl Landê, ele significa grupos que se caracterizam por “membros instáveis, duração incerta, liderança personalística, ausência de organização formal e um interesse maior por poder e espólios do que por ideologia ou política”.
Um bom exemplo que os enquadra neste conceito foi o editorial da coluna Estado Maior do jornal O Estado do Maranhão, publicado no último sábado, acusando o governador de aparelhar sem qualquer pudor a máquina administrativa para que o DEM se agrupasse ao seu projeto de reeleição, em “uma escancarada prática de fisiologismo”, definida como uma “espécie de compra partidária às custas do dinheiro público”.
O terrorismo midiático, no entanto, acabou atingindo a própria facção ao revelar que, no entendimento da famiglia, as alianças políticas na composição de um governo, objetivam apenas vantagens pessoais ou partidárias em detrimento do bem comum.
Roseana e Sarney confraternizam com Temer o golpe contra o PT e selam aliança para as eleições de outubro no Maranhão
E como quem assim pensa, assim age, não é à toa que o chefe do clã, o ex-senador José Sarney é craque em se aliar ao ocupante de ocasião do Palácio do Planalto, como fizera ao romper com o PT para apoiar o golpe de Michel Temer em troca de várias indicações no governo federal, inclusive a do seu filho, Zequinha Sarney, para o Ministério do Turismo.
Outro caso que ilustra a sua performance veio à público com a divulgação de uma investigação independente contratada pela Caixa Econômica Federal, que mostra que a sua facção recorreu a um indicado para obter um favor eleitoral em 2010 em benefício da então candidata Roseana Sarney.
À época, o oligarca era aliado do presidente Lula. Condição que permitiu nomear o seu “afilhado”, Fábio Lenza, que vem a ser irmão de Olga Simão, ex-secretaria de cultura do governo Roseana, como um dos vice-presidentes da CEF.
Lenza, segundo as investigações, continua apadrinhado na Caixa por Sarney e está entre os vices que não foram afastados pelo presidente Temer, de quem espera apoio e recursos incondicionais para derrotar Flávio Dino nas eleições de outubro e retornar sua filha ao berço esplêndido dos Leões.
Fábio Lenza, o apadrinhado de Sarney na Caixa, entre os suspeitos de utilizar o banco para fazer favores políticos aos membros da facção sarneista no Maranhão
Agora, o que não se pode é criminalizar as alianças eleitorais e a atividade política a partir das condutas escusas de Sarney e de outros agentes públicos que utilizam seus mandatos em proveito do próprio bolso e de projetos de poder.
A troca de apoio eleitoral por cargos na administração não significa necessariamente uma traição aos princípios republicanos que devem reger qualquer governo. As bases das alianças são estabelecidas em acordo entre as partes, cabendo aos pretendentes aceitar as diretrizes determinadas pelo chefe do Executivo.
O acordo do PCdoB com o DEM no Maranhão não foge à regra e ao comando de Flávio Dino, que acompanha e cobra eficiência de todos os seus secretários, independente de suas colorações partidárias e ideológicas.
Os comunistas e os democratas podem não se misturar, mas não impede que se unam em torno de um projeto comum para que o Maranhão possa superar a tragédia perpetrada durante o domínio sarneista.
Todos sabem de que governo participam, e que ficou para o passado, os tempos em que “se assinava muito papel e se falava de muitos milhões, enquanto máfias desviavam o dinheiro”.
Aliás, a aliança entre os dois partidos também provocou um duro golpe nas artérias do velho oligarca, que imaginava ainda mantinha a ascendência sobre o DEM no Maranhão, legenda que se confundia com o PMDB desde o antigo PFL, parceiro preferencial e semelhante. Sentiu na pele e pagou com a mesma moeda por separar nas eleições de 2010 e 2014, o PT do PCdoB, partidos que se identificam no combate às desigualdades sociais e na compreensão de que o Estado tem que estar à serviço dos mais necessitados e não do poder econômico.