Suspeito de arapongagem em 2007 aparece no TJ a 21 dias da eleição para presidente do Tribunal
Acusado em 2007 pela revista Veja de participar de um esquema de espionagem em parceria com o seu sócio, Heli Dourado, e o ex-assessor especial do Senado, Chiquinho Escórcio, contra os ex-senadores Demóstenes Torres e Marconi Perillo, o advogado Wilson Azevedo desembarcou em São Luís e foi visto na última quarta-feira, 13, na sessão plenária do Tribunal de Justiça.
Com uma farta barba branca, a sua presença no TJ deixou muita gente com o cabelo em pé diante do interesse com que acompanhou a eleição para o TRE/MA disputada pelo juiz Clésio Cunha, o candidato da desembargadora Nelma Sarney, que ao final saiu derrotado por 12 votos a 9.
Azevedo e Dourado possuem escritório em Goiânia e trabalharam para a família Sarney, com o luxuoso auxílio de Escórcio, no rumoroso caso que cassou o
mandato do então governador legitimamente eleito, Jackson Lago.
O trio também foi acusado na Assembleia Legislativa do Maranhão de montar um dossiê contra Lago. Na sessão do dia 11 de outubro de 2007, o já falecido deputado Pedro Veloso (PDT) citou um trecho do discurso do senador Demóstenes Torres, que relata o aparecimento de Escórcio acompanhado de um repórter da IstoÉ durante o almoço dos senadores no restaurante do Senado, onde “começou a soltar tudo”.
Segundo Demóstenes, ele alardeou que eles iriam estourar os adversários deles no Maranhão e arrebentar com Jackson Lago, pois o Heli é doido e os senadores precisavam ver o que o ele fez.
Embora nos dois casos nada tenha sido provado e o trio negue as acusações de arapongagem, o surgimento de Azevedo a 21 dias da eleição para a presidência do TJ, disputada com unhas e dentes por Nelma Sarney, colocou em alerta os contrários à candidatura da cunhada do ex-senador Sarney sobre a possibilidade de manobras subterrâneas para influenciar no resultado do pleito.