Roberto Rocha: discurso vazio para justificar voto na reforma trabalhista
Quero dizer que voto com muita convicção. E já me pronunciei aqui.
Quero fazer minhas as palavras do ex-Governador, o saudoso Eduardo Campos, que disse em sua última entrevista: “Não vamos desistir do Brasil”.
Lamento profundamente que o meu Partido, o PSB, esteja hoje tendo coragem para continuar preso a uma ideologia carcomida.
Nós aqui estamos para votar não é pelo partido A, B ou C. Estamos aqui para votar de acordo com o interesse do País, que é o que me move.
Devo dizer por fim, e repetir o que disse há pouco: devo muita lealdade ao meu Partido, mas obediência eu devo ao povo que me elegeu e ao povo brasileiro. Portanto não estou aqui para ser juiz da consciência de ninguém e não aceito que ninguém venha querer tutelar o meu mandato.

Independente de criticar o seu voto pela aprovação da reforma trabalhista do governo Temer na Comissão de Constituição e Justiça do Senado na noite de quarta-feira, o que mais chama a atenção foi a capacidade do senador Roberto Rocha (PSB) em fazer jogo de palavras, como se uma frase para ter efeito não necessitasse do amparo da realidade.

Ao justificar não seguir a orientação partidária contrária à reforma, Rocha saiu-se com essa: “devo muita lealdade ao meu Partido, mas obediência eu devo ao povo que me elegeu! “.

Eleito por um partido socialista e em uma frente liderada pelo Partido Comunista do Brasil, que povo é esse?

Para completar, ainda disse que o seu partido, o PSB, continua preso a “uma ideologia carcomida”, ignorando que a mesma lhe serviu para disputar e vencer as eleições de 2014?

Em outro pronunciamento na sessão da CCJ, Rocha ainda tenta transformar o debate sobre a reforma em um debate partidário, como se as conquistas da classe trabalhadora não fossem resultados da própria luta, a exemplo da CLT estabelecida durante o governo autoritário de Getúlio Vargas, obrigado pelas vozes das ruas, como bem pontuou do senador Paulo Rocha (PT/PA).

Leia Aqui as notas taquigráficas da sessão da CCJ

Por 16 votos a 9 os senadores aprovaram o texto da reforma assim como veio da Câmara e o seu regime de urgência, o que permite que ela entre na pauta de votação no plenário do Senado, já na próxima semana.

Certamente o povo que elegeu Roberto Rocha deve ser muito grato!

Confira como cada senador votou na CCJ:

SIM

PMDB

Jader Barbalho (PA)

Marta Suplicy (SP)

Romero Jucá (RR)

Simone Tebet (MS)

Valdir Raupp (RO)

PSDB

Antonio Anastasia (MG)

José Serra (SP)

Paulo Bauer (SC)

Ricardo Ferraço (ES)

DEM

Maria do Carmo Alves (SE)

PSB

Roberto Rocha (MA)

PTB

Armando Monteiro (PE)

PP

Benedito de Lira (AL)

Wilder Morais (PP)

PRB

Eduardo Lopes (RJ)

PR

Cidinho Santos (MT)

NÃO

PT

Fátima Bezerra (RN)

Gleisi Hoffmann (PR)

Jorge Viana (AC)

José Pimentel (CE)

Lindbergh Farias (RJ)

Paulo Paim (RS)

PMDB

Eduardo Braga (AM)

PSB

Antonio Carlos Valadares (SE)

Rede

Randolfe Rodrigues (AP)

ABSTENÇÃO

Lasier Martins (PSD-RS)

Respostas de 2

  1. Eu não conheço, no meu circulo de amizade, uma pessoa que votou neste senador que esteja satisfeito com sua atuação no senado. Todos falam que jogou o voto fora e que só votou nele para ajudar Flavio Dino. Votou no Golpe e agora na reforma trabalhista. Senador não ganha mais nem pra vereador, quem o iluminava já mandou desligar a fonte. E mais, ja que ele obedece a vontade soberana do eleitor que elegeu, acho que ha tempo não ouve suas bases. Mais um senador perdido do Maranhão, eita praga!!!

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