
A Operação Draga deflagrada pela Polícia Federal para investigar fraude na licitação, execução e fiscalização da obra de dragagem de aprofundamento do P-100 ao P-104 do Porto do Itaqui apontou evidências de sobrepreço e outras maracutaias no contrato assinado durante o governo Roseana Sarney com a empresa belga Jan de Nul do Brasil Dragagem Ltda, citada em colaborações premiadas no contexto da Operação Lava Jato, em esquemas similares pelo Brasil.

A PF deve apurar indícios de que a contratação da obra de dragagem executada pela Jan de Nul foi para encobrir fraudes perpetradas em outra obra de dragagem anterior, de responsabilidade do Consórcio Camargo Correia e Serveng, ocorrida em 2009.
Há suspeita também de fraude no contrato firmado pelo ex-presidente da EMAP, Luis Carlos Fossati e a empresa belga, devido ao custo de mobilização/desmobilização da obra ser superior ao da própria dragagem, realizada entre 18 de dezembro de 2014 e 13 de março de 2015.
De acordo com o contrato 066/2014, o custo de mobilização/desmobilização da obra foi de R$ 34.009.745,80, enquanto que o custo da obra em si foi de R$ 29.254.750,98. No total a Jan de Nul faturou R$ 63.264.496,78.
Para aumentar os vestígios de tramoia, a Federal comparou os preços do material dragado no Itaqui com os cobrados pela própria companhia belga em portos no Pará e na Bahia.
Ao passo que o valor do m3 dragado no cais paraense foi de R$ 33.51 e no baiano foi de R$ 21,51, no Maranhão alcançou R$ 107,23.
Talvez seja pela quantidade de areia e lama que entupiram os nossos canais e nos manteve por 40 anos na rota da miséria!
A PF devia investigar a obra de R$ 180.000.000,00 (cento e oitenta) milhões, entre 2008/2009 também no porto onde o Diretor-Presidente, na época, João Castelo Ribeiro Gonçalves, já falecido, gastou esse rio de dinheiro para fazer um estacionamento de caminhão de 10.000 metros quadrados igual a cara dele.