O retorno de Sarney e as mentiras que revelam a crônica de uma derrota anunciada
No intuito de engrandecer o possível retorno encabulado do ex-senador José Sarney ao seu domicílio eleitoral de origem, setores da mídia montaram uma narrativa falaciosa para a transferência do seu título de eleitor do Amapá para o Maranhão.
A conversa fiada inicia com a estranha afirmação de que o ex-senador lidera pesquisas para o Senado no Amapá, mas sem revelar o instituto que fez o levantamento e os nomes dos pré-candidatos listados na disputa.
Se essa liderança for a mesma publicada em nota na coluna do controverso jornalista Cláudio Humberto no dia 14 de janeiro de 2017, também idênticas nas obscuridades, ela perdeu o prazo de validade. E isto se realmente foi realizada alguma pesquisa por onde passa a imaginária Linha do Equador, que divide a Terra em dois hemisférios.
Na nota, o colunista diz apenas que pesquisa no Amapá mostra que Sarney tem 64% das intenções de voto para voltar ao Senado.
Isto mesmo, 64%!
Pois bem, no domingo divulgaram que mesmo liderando pesquisas, o velho oligarca pretende transferir o seu título para participar das eleições maranhenses para “ter a experiência de votar na filha, no filho e no neto pela primeira vez em muitos anos”.
Sarney trocar uma oportunidade de voltar ao Senado pela experiência de votar em sua família é de uma retidão republicana digna de quem é craque em disfarces !
A justificativa emocional é para compor um perfil mais humano do chefe do clã, uma máscara com a qual se move por onde bem conhece com cara de anjo e um saco de maldades que não tem limites. Político com mais tempo em atividade no País, uma raposa que não é macaco, mas que aprendeu a pular de galho em galho, as mentiras e as verdades se confundem em Sarney.
Essa de votar pela primeira vez nos dois filhos e no neto diz muito sobre o ex-senador e o sentimento oligárquico da família, que por mais de 40 anos mandou e desmandou no estado.
A mentira é um reflexo de quem a compõe!
O retorno de Sarney, e é isto que tentam esconder, nada mais é do que um sinal do desespero do seu consórcio político. Diante dos resultados do governo Flávio Dino eles sabem que a cada dia diminui a esperança de que possam retomar o Palácio dos Leões.
Além de articular o submundo, o chefe da oligarquia quer garantir o ininterrupto escoadouro dos recursos públicos prometidos por Temer, para tentar mudar o cenário abismal que se aproxima.
Ele sabe, e vaidoso como é, que se não conseguir eleger Roseana para o governo do Estado, a sua família caminhará para o limbo da história – o lugar para onde se atiram as coisas inúteis – e será apenas uma lembrança de um passado trágico que condenou o Maranhão à extrema pobreza.
Já começou o ranger de dentes…