Investigação contra família Braide deve ter novos desdobramentos
Marrapá – A Polícia Federal deve intensificar nos próximos dias as investigações para apurar a destinação final de emendas encaminhadas pelo deputado estadual Eduardo Braide (PMN). A operação seria parte dos desdobramentos da Operação Attalea, que desbaratou a organização criminosa conhecida como Máfia de Anajatuba – acusada de fraudar licitações em diversos municípios do interior, causando prejuízos milionários a dezena de prefeituras.
O perturba os investigadores é o fato de Braide ter destinado emendas parlamentares para municípios onde jamais teve um único voto. Segundo relatórios da PF, em 2014, ele chegou a enviar recursos do tesouro estadual para empresas de Fabiano de Carvalho Bezerra, principal acusado de operar o esquema. Descobriu-se que Bezerra recebeu R$ 70 mil do gabinete de Braide.
Além do empresário Fabiano de Carvalho Bezerra, a organização criminosa seria comandada – segundo o Ministério Público Federal – por Antônio Carlos Braide, pai do deputado.
A falcatrua usava as empresas A4 Serviços, RR Serviços, Construtora Construir, A.S dos Santos Ferreira, FCB, FF Produções, Distribuidora Castro e MR Serviços, superfaturando as prestações de serviços e vendendo notas frias para gestões municipais. As empresas investigadas eram controladas por Fabiano.
O caso ficou conhecido nacionalmente por conta do quadro “Cadê o Dinheiro que Estava Aqui”, do Fantástico. O prefeito de Anajatuba, Helder Aragão, foi cassado e preso por conta dos desvios.
A suspeita é que a quadrilha relacionada a familiares, assessores e aliados de Braide tenha faturado cerca de R$ 60 milhões ilicitamente.