
Em nova matéria publicada neste domingo sobre as conversas privadas trocadas entre procuradores da Lava Jato enviadas anonimamente ao The Intercept Brasil, o jornal Folha de São Paulo, revela mensagens que indicam que Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista.
Na matéria, o jornal paulista diz que “os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept ajudam a entender por que as negociações da delação da empreiteira, até hoje não concluídas, foram tão acidentadas – e sugerem que o depoimento sobre e o tríplex foi decisivo para que os procuradores voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de rejeitar sua primeira proposta de acordo.
Ainda segundo as mensagens analisadas pela Folha, a PGR e a força-tarefa de Curitiba aceitaram retomar as negociações sobre a deleção de Léo Pinheiro em março de 2017, mais de um ano depois do início da tentativa de acordo, quando o processo aberto para examinar o caso do tríplex estava se aproximando do fim e ex-presidente da OAS se preparava para ser interrogado por Moro.
Como o novo depoimento foi decisivo para o desfecho do caso tríplex e permitiu a Moro conectar o apartamento à corrupção na Petrobras, justificando assim a condenação do ex-presidente pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
As mensagens, de acordo com a matéria da Folha, mostram que os procuradores voltaram a conversar com Léo Pinheiro sobre sua delação premiada semanas depois do depoimento, em maio.
E que no mês seguinte, o MP pediu a Moro que reduzisse pela metade a pena do empreiteiro no caso.
Em julho, o juiz o condenou a 10 anos e 8 meses de prisão, mas autorizou sua saída quando completasse 2 anos e 6 meses atrás das grades.
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