Faça chuva ou faça sol! Governo Roseana Sarney desviava dinheiro dos mais necessitados
A mais nova operação da Polícia Federal que atingiu ex-auxiliares do governo Roseana Sarney explicitou o lado mais espúrio que marcou o regime oligárquico no Maranhão nas últimas cinco décadas. Independente dos objetivos de usos das verbas utilizadas para reparar catástrofes naturais, elas eram desviadas e prejudicavam, ainda mais, a vida dos cidadãos mais necessitados.
Ainda em 2009, logo após reassumir o governo do Maranhão depois do golpe orquestrado para tirar Jackson Lago do poder, Roseana Sarney, em um dos seus primeiros atos, firmou convênios com o Ministério da Integração Nacional, então comandando pelo condenado Geddel Vieira Lima, para recuperar rodovias em mais de 70 municípios maranhenses atingidos pelas enchentes naquele ano.
Mas relatório da Controladoria Geral da União (CGU) culminou na reprovação do uso dos R$ 35 milhões que foram enviados pelo ministro Geddel Vieira Lima para Roseana Sarney. Segundo o parecer, R$ 18 milhões deixaram de ser devidamente utilizados no estado, em um caso claro de “descaso”, “má-fé e “desrespeito” com o uso do dinheiro público.
Já nos anos de 2013 e 2014, a verba que foi desviada tinha como objetivo a aquisição de cestas básicas e filtros de água para famílias que viviam em municípios que sofreram com a forte seca que atingiu o estado. De acordo com a PF, empresas de fachada eram contratadas mediante o pagamento de propina a agentes públicos.
Ao investigar a atuação do grupo no Maranhão, os investigadores constataram que empresas depositavam quantias em dinheiro nas contas bancárias de oficiais do Corpo de Bombeiros – entre eles o ex-comandante da Instituição no governo Roseana, o coronel João Vanderley Costa Pereira – após a corporação pagar por serviços irregulares.
Às vezes, antes de chegar às contas correntes dos oficiais militares, o repasse era intermediado por pessoas suspeitas de atuar como operadores do esquema. A PF calcula que os prejuízos com o superfaturamento de contratos e do não fornecimento integral dos serviços contratados podem totalizar um prejuízo superior a R$ 10 milhões aos cofres públicos.
Faça chuva ou faça sol, a lógica durante o governo de Roseana Sarney era se locupletar do dinheiro público de qualquer forma. Mesmo que o prejuízo recaísse sobre os que mais precisam da ajuda do Estado.