Edinho desembarca no Senado e quer trocar o Itaqui pelo voto do impeachment

Edinho Lobão: buraco no casco e retórica vazia
A cirurgia plástica a que Edinho Lobão se submeteu depois do grave acidente de carro em 2011 limpou as cicatrizes dos ferimentos que sofreu na face, mas deixou-o com um buraco no casco e o raciocínio torto, que resultam em discursos vazios amparados por uma retórica que busca dar sentido e lógica ao que diz.
Reforçada pela eloquência que lhe é peculiar, ele utiliza palavras contundentes e ostentosas para construir uma narrativa que o legitime e possa ludibriar a população sobre suas reais intenções.
É o mecanismo que emprega, por exemplo, para justificar seu “trabalho” junto ao ministro-chefe da Casa Civil, do governo interino de Michel Temer, Eliseu Padilha, em defesa da retomada do Porto do Itaqui pelo governo federal.
Em completa desassociação com a realidade, Lobinho alega que a refederalização do porto é necessária pelo atual momento político e a exigência imprescindível de uma gestão moderna e progressista, como se os sucessivos recordes de operação e lucro líquido superior a R$ 68, 2 milhões em 2015, a partir do governo Flávio Dino, fossem obras do atraso; as mesmas que permitiram em 2014, no último ano do governo Roseana, lucro de apenas R$ 307 mil e um alto calado de falcatruas.
Todo esse malabarismo verbal é para mascarar o seu verdadeiro intento de entregar o comando do Itaqui ao grupo Sarney, para que todos possam voltar a faturar alto como fizeram durante o antigo regime, com distribuições de bonificações ilegais e empregos com salários extraordinários.
Por coincidência, o ministro interino Eliseu Padilha, foi o mesmo que assinou no ano 2000, na época ministro dos transportes no governo FHC, o convênio que transferiu a administração do Itaqui para a Empresa Maranhense de Administração Portuária.
Dos 34 portos públicos marítimos do Brasil, 14 tiveram suas gestões transferidas pelo governo federal aos estados e municípios via convênio de delegação, e não há registros de refederalização.
Até mesmo o caso do Porto de Itajaí, em Santa Catarina, que teve, em outubro do ano passado, o cancelamento do convênio recomendado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários por repasses ilegais e queda brusca na arrecadação continua municipalizado.
Em recente entrevista à Rádio Difusora, Lobinho deixou claro que o governo é para atender os aliados, pois deles vai depender no Senado, que ele assume no lugar do pai, o Lobão, para votar o afastamento definitivo da presidente Dilma Roussef, eleita democraticamente pela escolha de 54,5 milhões de brasileiros.
O Itaqui, que é um patrimônio do Maranhão, é o preço do seu voto.
Para Lobinho, o capitão Gancho é fichinha!